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O banco
Santander virou alvo de ataques de petistas desde a 6ª feira
(25.jul.2014), quando veio a público um texto enviado a clientes ricos
dizendo que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff
iria piorar a economia do Brasil.
Jorge Lapas
(PT), prefeito de Osasco, município na região metropolitana de São
Paulo, aproveitou o episódio para anunciar que romperá o convênio com o
banco para recolhimento de impostos e taxas municipais. Segundo ele, o
Santander já foi notificado e o contrato será encerrado em 30 dias.
Osasco tem o 12º maior PIB do país, segundo o último levantamento do
IBGE.
Militantes
petistas lançaram uma campanha de boicote ao banco. Em redes sociais,
defenderam a transferência de contas correntes para o Banco do Brasil e a
Caixa, bancos públicos sob controle do governo federal. Na manhã de 6ª
feira, o termo “Santander” era o 4º mais citado por usuário do Twitter
no Estado de SP. Porém, dada a dificuldade prática de encerrar uma conta
em um banco e abrir em outro, é pouco provável que o movimento ganhe
magnitude.
Rui Falcão,
presidente do PT, classificou o caso como “terrorismo eleitoral” e
divulgou que o banco havia enviado um pedido de desculpas à Presidência.
O site Muda Mais, vinculado à campanha de Dilma, também definiu o
episódio como “terrorismo eleitoral”. O Blog Amigos do Presidente Lula
chamou o extrato de “panfletagem política anti-Dilma” (reprodução
abaixo).
A versão
brasileira do jornal espanhol “El País” publicou reportagem sobre o
episódio no sábado (26.jul.2014). O veículo lembrou que o presidente
mundial do banco, Emilio Botín, já foi recebido 4 vezes por Dilma
Rousseff e tentava cultivar uma relação de proximidade com o governo
brasileiro. Segundo o “El País'', a divulgação do texto vinculando a
vitória da presidente a uma piora na economia teria caído “como uma
bomba” na Planalto.
Botín chegou ao
Rio de Janeiro no domingo (27.jul.2014), para um encontro internacional
de reitores de universidades promovido pelo Santander, e falou
publicamente sobre o tema. O executivo disse que a interpretação contida
no texto enviado aos clientes de alta renda “não é do banco'', mas de
um analista que o elaborou e enviou “sem consultar'' seus superiores.
Botín também declarou que a divisão brasileira do Santander tomou “as
medidas cabíveis'' a respeito e que o presidente da instituição no
Brasil, Jesús Zabalza, prestou esclarecimentos a Dilma.
Até às 11h
desta 2ª feira (28.jul.2014), o Santander mantinha um grande anúncio em
sua página na internet pedindo desculpas pelo episódio. No final de
semana, o banco também enviou aos seus clientes mensagem por e-mail,
“lamentando profundamente qualquer mal-entendido”, assinado por Conrado
Engel, vice-presidente de Varejo do Santander.
Fernando Rodrigues
UOL
Editado por Folha Política