Imagem: Fabrice Coffrini / AFP |
Faltando poucas
semanas para a Copa do Mundo, a Fifa admite: o Brasil "não está
totalmente pronto". Em declarações na África do Sul, na quarta-feira, o
secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu que dois estádios não
estão finalizados para a competição que começa dia 12 de junho: Porto
Alegre e São Paulo - a Arena Corinthians será palco da abertura do
torneio.
"Se você quer
que eu resuma, não estamos prontos. Temos dois estádios onde precisamos
trabalhar", disse o secretário-geral da Fifa. "Em Porto Alegre, um
acordo foi feito entre as diferentes partes para garantir que as
instalações temporárias sejam financiadas, então agora é mais a
implementação dessas decisões", afirmou Valcke. "Em São Paulo é triste
porque um trabalhador morreu há poucos dias e o resultado é que o
trabalho foi interrompido dentro do estádio, onde muitas coisas precisam
ser feitas", completou. Em Zurique, a Fifa se recusa a dar uma data
para a inauguração do estádio do Corinthians, o Itaquerão, e apenas cita
"meados de maio" para os primeiros testes.
Ao Estado, o
ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, deu outra avaliação. "O Itaquerão
está pronto. O que falta é apenas algumas coisas de acabamento",
garantiu. Segundo ele, não há qualquer possibilidade de retirar a
abertura da Copa de São Paulo. Valcke também admite que não há como
adiar mais nada da competição. "Não há como adiar o jogo de abertura.
Temos um calendário e ele vai até o dia 13 de julho. Portanto, não há
como ter atrasos."
Pela primeira
vez a Fifa admire que talvez tenha de abrir mão de parte da
infraestrutura desenhada neses dois estádios, sobretudo da Arena
Corinthians. "Talvez teremos coisas que não estarão totalmente prontas
no começo da Copa. Mas o mais importante para os 32 times são os CTs e
campos e isso estará lá para garantir que teremos futebol", explicou.
Outro alerta de
Valcke se refere à parte de tecnologia. "Precisamos ter certeza de que
teremos todos os sistemas de telecomunicação implementados para a
imprensa, todas as estruturas necessárias para passar de um estádio
normal para um estádio de Copa do Mundo", disse. "Não temos escolha.
Temos de garantir que se não temos tudo a 100%, teremos 99,99% e é nisso
que estamos trabalhando."
Jamil Chade
Estadão