Alternativa para amenizar a crise no abastecimento de água que atinge o
Estado de São Paulo, o volume morto traz riscos à saúde dos
consumidores caso não seja tratado de forma adequada, de acordo com
especialistas ouvidos pelo
UOL. O volume morto é a água
que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das
comportas e que acumula sujeira, sedimentos e até metais pesados. A
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informa
que o tratamento será o mesmo usado atualmente, "dentro dos rígidos
padrões de qualidade seguidos pela Sabesp".
A Sabesp
pretende retirar a partir do dia 15 de maio 200 bilhões de litros de água do volume morto do Sistema Cantareira, que tem 400 bilhões de litros de reserva.
Há pouco mais de um mês começaram a ser construídos canais e instaladas
bombas para a retirada da água nas represas Atibainha, em Nazaré
Paulista, e Jaguari/Jacareí, em Bragança Paulista. De acordo com a
companhia,
essa água será "suficiente" para abastecer a região até setembro.
Para Sílvia Regina Gobbo, professora de ecologia da Unimep
(Universidade Metodista de Piracicaba), o tratamento de água usado
atualmente não consegue resolver os problemas dos metais pesados que
podem estar acumulados no fundo dos reservatórios.
"O tratamento
tradicional não elimina a contaminação por metais pesados, que são
provenientes de indústrias de celulose, tecidos, tintas, solventes.
Quando não fazem o tratamento adequado, liberam na água metais como
mercúrio, chumbo e cádmio", disse.
Ampliar
O que as autoridades já falaram sobre racionamento de água em SP7 fotos
4.fev.2014
- O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse, no começo
de fevereiro, que não via, na ocasião, a necessidade de um racionamento
de água nas cidades atendidas pela Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo)
Leia mais Gabriela Biló/Futura Press
De acordo com Maria Aparecida Marin Morales, especialista em
toxicologia ambiental do campus Rio Claro da Unesp (Universidade
Estadual de São Paulo), o volume morto exige um tratamento "mais
delicado, sensível e com técnicas muito mais eficazes".
"Possivelmente, teria de se fazer um tratamento terciário da água, que é
mais eficiente porque tira todos os contaminantes que estão na água,
deixando-a mais isenta possível", disse.
UOL