Um padre foi preso sob acusação de oferecer R$ 20 a um menino de 12
anos em troca de sexo. A denúncia foi feita pela mãe da criança, que
revoltou-se, invadiu a casa paroquial e agrediu o sacerdote católico.
De acordo com as informações publicadas pelo O Tempo, o padre José
Maria Pinheiro atuava na paróquia São Judas Tadeu em Araguari (MG), e
teria oferecido o dinheiro para fazer sexo oral no menino. “Quer R$ 20
pra eu te chupar?”, teria perguntado o religioso, de 48 anos. Assustado,
o menino correu e relatou o ocorrido para a mãe.
O caso foi registrado na delegacia local, e o padre afirmou que já
havia visto o menino, mas negou que tivesse feito qualquer oferta por
sexo. A prisão foi feita em flagrante e o padre foi encaminhado ao
presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia (MG).
Um vizinho do padre afirmou que o padre “sempre foi uma pessoa muito
educada”, apesar de não ser a primeira vez que uma denúncia de abuso é
feita contra ele: “Tem uma outra criança, de um prédio próximo da casa
dele, que disse que ele já passou a mão nele. Mas hoje este é o assunto
do bairro, ninguém esperava que teria um pedófilo aqui, ainda mais um
padre”, lamentou.
O morador disse ainda que se a Polícia não fosse chamada, o padre
teria sido linchado: “Saí com minha esposa para dar uma volta e vimos
uma confusão na casa. Quando aproximei vi a mãe da criança batendo no
padre lá dentro. Aí chamaram a polícia, que evitou dele ser linchado”,
contou.
A Diocese de Uberlândia, responsável pela paróquia, divulgou uma nota
no sábado, 22 de março, assinada pelo bispo Dom Paulo Francisco
Machado. Nela é informado que o padre foi imediatamente afastado do
cargo:
“A Diocese de Uberlândia, na pessoa do seu bispo
Diocesano, Dom Paulo Francisco Machado, vem apresentar nota ao público
em geral, com relação aos fatos envolvendo a prisão do Padre José Maria
Pinheiro, na cidade de Araguari, nesta Diocese, e que tomou as devidas
providencias determinadas pelas leis da Igreja Católica, afastando-o de
imediato das suas funções sacerdotais.
A Igreja, Mãe e Mestra, não pode aceitar qualquer tipo de
comportamento contrário aos princípios da moral e ética cristãs
destinados ao reto modo de viver de todos os seus filhos e filhas,
chamados a um contínuo processo de conversão de todo tipo de pecado.
Declaramos ainda que a Igreja não é responsável por atos particulares
de seus membros. Reitera que aquele que infringir a Lei Moral e Cível,
sendo maior de idade, é que deve assumir integralmente todas as
conseqüências legais de suas ações perante as leis do Estado Brasileiro e
da Igreja Católica. Ao clérigo culpado, e tão somente a ele, deve ser
imputado o comportamento reprovável que viola não somente o Direito
Penal Brasileiro, mas também as leis Eclesiásticas.
Nesse sentido, a Igreja se colocará à disposição da justiça no
intuito de esclarecimento de todos os fatos. Ressalta que tomará
rigorosamente todas as providências exigidas pela lei canônica e civil
para apurar os fatos e se houver culpa, punir o responsável.
Temos consciência de que ao pecador acenamos com o caminho da
conversão para acolher o perdão divino. Para o enfermo – não conhecemos
os mistérios que cercam tais comportamentos – desejamos oferecer o
remédio, mas para o delito almejamos a punição e que seja feita justiça.
Como pastor de toda a Diocese de Uberlândia, com o coração profundamente ferido, quero dar-lhe voz para suplicar o perdão.
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