Segundo estudo, 134 pessoas foram presas em 2013 contra 59 em 2012.
Facebook lidera número de denúncias de crimes na web no ano passado.
O
número de prisões em flagrante decorrentes de pornografia infantil na
web mais do que dobrou entre 2012 e 2013, segundo balanço da Polícia
Federal e da ONG Safernet Brasil, entidade que monitora crimes e
violações dos direitos humanos na internet.
O estudo ao qual o G1
teve acesso mostra que 134 pessoas foram presas no ano passado no país
ante 59 em 2012: um crescimento de 127%. Os dados levam em consideração
denúncias de usuários e investigações próprias da Polícia Federal.
De
acordo com a Safernet, pornografia infantil foi o tipo de crime na
internet mais denunciado em 2013. Das 244.147 denúncias anônimas
recebidas pela organização, 80.195 (32,84%) dizem respeito a esse tipo
de prática criminosa, que envolve "24.993 páginas distintas hospedadas
em 8.589 servidores diferentes e atribuídas a 64 países em 5
continentes".
"Essa é a prova de que a internet não é mais uma terra sem lei", afirmou ao G1
Thiago Tavares, presidente da Safernet. "Esse aumento expressivo
comprova que os crimes praticados na internet podem sim ser
investigados, [e os seus autores] processados e punidos pelos crimes que
cometeram".
Depois de pornografia infantil, os
tipos de crimes na internet mais denunciados foram racismo (78.690),
apologia e incitação a crimes contra a vida (31.513), homofobia
(15.141), intolerância religiosa (9.807), xenofobia (8.328), neonazismo
(6.177) e tráfico de pessoas (2.729).
Até o seu
fechamento em 31 de dezembro, o balanço da PF e da Safernet registrou
484 indiciamentos relacionados a pornografia infantil na internet. O
número de 2012 não foi disponibilizado para comparação.
Crimes nas redes sociais
Ainda segundo a Safernet, o Facebook liderou o ranking de 2013 em número de páginas denunciadas no Brasil por crimes na internet. A rede social de Mark Zuckerberg, a mais popular no país, recebeu 17.121 denúncias únicas, cerca de 31,6% do total.
Os números foram levantados pela Safernet com o uso da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (clique aqui
para acessar), ferramenta lançada em 2012 para disponibilizar
publicamente dados de denúncias de entidades como a Polícia Federal e a
Secretaria de Direitos Humanos.
O Orkut, líder de
denúncias de 2007 a 2012 nos balanços da Safernet, aparece em segundo
lugar. Das 10.503 denúncias relacionadas à rede do Google em 2013, 4.704
são de pornografia infantil.
No entanto,
diferentemente do número registrado no país inteiro, o tipo de crime que
mais recebeu queixas no Facebook foi o racismo, com 6.811 denúncias
únicas. Pornografia infantil aparece em segundo lugar (4.830 denúncias),
seguido por apologia e incitação a crimes contra a vida (2.398
denúncias).
Procurado pelo G1, o
Facebook afirma que "não existe tolerância para esses tipos de ação
relatados no estudo", e que o objetivo é manter protegidos os 83 milhões
de pessoas que usam a rede social no Brasil. O site diz que incentiva
seus usuários a reportar "páginas, posts ou pessoas que violem nossa
Declaração de Direitos e Responsabilidades", e que possui uma equipe
especializada em analisar e remover conteúdos criminosos.
Em resposta ao G1,
a Polícia Federal afirma que “vem incrementando suas ferramentas de
investigação na área de crimes cibernéticos, além de capacitar os
servidores para investigarem esta nova criminalidade, o que reflete um
crescimento permanente da repressão”.
“Ademais,
desde 2008, com a promulgação da Lei nº 11.829/2008, a conduta de ter
em depósito imagens de pornografia infantil permitiu a realização de
flagrantes, mesmo em momento diverso daquele da divulgação das imagens”,
diz a nota.
A PF diz ainda que conta com a
cooperação de outros países, via Interpol, para combater a pedofilia e
que “desenvolve mecanismos de monitoramento e técnicas investigativas
que nos permitem alcançar suspeitos da prática desses crimes em diversas
plataformas de troca de arquivos, redes sociais, fóruns e outros
lugares do ciberespaço”.
Fontehttp://www.verdademundial.org