Imagem: Edson Rodrigues/Secopa-MT |
Em 2013, o
Brasil viu os estádios ficarem mais caros e o gasto do poder público com
as arenas ultrapassar o investimento em obras de mobilidade. Os
escândalos que envolvem o dinheiro público na Copa passam por suspeita
de ligação de obra com cartel, abandono de cronogramas, isenções fiscais
bilionárias.
Às vésperas da Copa das Confederações, as arenas foram ficando mais
caras. O Maracanã atingiu R$ 1,23 bilhão; o Mané Garrincha, R$ 1,56
bilhão. Em novembro, relatório mostrou que, ao todo, o custo dos
estádios subiu R$ 1 bilhão e superou todo o investimentos em obras de
mobilidade. Valor: R$ 8 bilhões é o gasto total com as novas arenas.
Sete meses após ser inaugurado, o Estádio Nacional Mané Garrincha
apresentou goteiras em praticamente todo o anel inferior da arquibancada
coberta no jogo entre Brasil e Chile pelo Torneio Internacional de
Futebol Feminino. Reportagem do UOL Esporte mostrou, em dezembro, que
funcionários usavam rodos e placas de piso molhado. Valor: O estádio
custou R$ 1,5 bilhão - R$ 209 milhões só na cobertura.
Após os protestos de junho, o uso de dinheiro público na organização da
Copa ficou em evidência. Reportagem publicada em junho mostra que a
União está investindo R$ 1,1 bilhão nas arenas, contrariando discurso da
presidente Dilma Rousseff. Ela disse que não haveria dinheiro público
nos estádios. Valor: R$ 1,1 bilhão é o investimento federal nos
estádios.
Interceptações telefônicas reveladas pelo UOL Esporte em setembro
apontam que o cartel de empresas que teria direcionado concorrências
públicas e pago propinas para vencer licitações de trens e metrô em São
Paulo agiu também para influir no resultado e no preço da licitação do
VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá, concluída em maio do ano
passado. Valor: R$ 1,47 bilhão é o preço do VLT de Cuiabá.
Em novembro, o governo federal revisou a Matriz de Responsabilidades,
documento que estabelece os compromissos das três esferas do poder
público com obras que devem ficar prontas até junho de 2014. Cerca de
20% dos compromissos já foram abandonados. Na última revisão, 14 obras
saíram da lista, como o BRT de Porto Alegre. Valor: R$ 1,2 bilhão é o
custo das obras que saíram da Matriz.
Em janeiro, o UOL Esporte mostrou que quem for contratado para prestar
serviço durante a Copa do Mundo terá que pagar parte do imposto que
caberia à Fifa e suas parceiras. A Fifa foi liberada da cobrança dos
tributos pela Lei Geral da Copa. Especialistas calculam que o governo
vai perder R$ 1 bilhão com as isenções. Valor: o Brasil deixará de
arrecadar R$ 1 bilhão.
À beira da falência e devendo R$ 543 milhões, a Santa Bárbara Engenharia
abandonou o consórcio que está construindo a Arena Pantanal, em Cuiabá,
em março. A saída da empresa gerou especulações sobre o futuro da obra,
que foi assumida pela construtora Mendes Júnior. Valor: a Arena
Pantanal custa R$ 525 milhões.
A instalação de cadeiras na Arena Pantanal ficou suspensa por quase três
meses depois que reportagem do UOL Esporte mostrou que a empresa
contratada para fazer a instalação cobrava um preço muito mais alto por
cada assento do que a mesma companhia cobrou em outras arenas. Em
setembro, o Ministério Público entrou com ação por suspeita de
superfaturamento. Em outubro, o governo fez acordo para ter os assentos
por um valor mais baixo. Valor: R$ 18,2 milhões é o valor do contrato
para instalação das cadeiras.
O governo do Distrito Federal gastou R$ 2,8 milhões para distribuir mil
ingressos para uma lista de VIPs para a partida entre Brasil e Japão na
Copa das Confederações, em junho. A lista do governador Agnelo Queiroz
incluía políticos, atletas e personalidades do Distrito Federal. Após
reportagens do UOL Esporte, o Ministério Público abriu investigação.
Valor: R$ 2,8 milhões foram gastos com a lista VIP.
A Secretaria da Copa do Distrito Federal criou um projeto social para
fabricar uniformes escolares. Em fevereiro, o UOL Esporte mostrou que o
trabalho não seria remunerado. No dia seguinte, o governo voltou atrás e
explicou que pagaria R$ 2.000. Em dezembro, nova reportagem mostrou que
o pagamento era de R$ 1.000. Por fim, o governo decidiu fazer uniformes
com o desenho do Estádio Nacional Mané Garrincha Valor: O custo dos
uniformes não foi revelado.
Folha Política com trechos de UOL Esporte