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Mao
Tse-Tung liderou a Revolução Cultural (1966-1976), que fez a China se
tornar um país comunista. A execução sistemática de inimigos foi uma das
consequências da "limpeza" pela qual a China passou naquele período.
"Mao Tse-tung,
que durante décadas deteve poder absoluto sobre a vida de um quarto da
população mundial, foi responsável por bem mais de 70 milhões de mortes
em tempos de paz, mais do que qualquer outro líder do século 20",
escrevem Jung Chang e Jon Halliday em "Mao: A História Desconhecida".
Mao –que
assumiu o governo em 1949– se apoiou em estudantes, um dos objetivos
principais era garantir a participação da juventude nas mudanças. Antes,
o país vivia uma crise política e econômica.
A Revolução se
fez a partir do campo, pelos camponeses, e não das cidades, pelos
operários. Uma receita que contrariava a ortodoxia marxista. A
biografia "Mao: A História Desconhecida" é o resultado de uma década de
pesquisa em arquivos do mundo todo e centenas de entrevistas com amigos,
colaboradores e conhecidos do líder chinês.
Os autores
procuram demolir diversos episódios da revolução chinesa. Eles
contrariam o professado heroísmo da Longa Marcha, relatam ajuda
financeira e militar da União Soviética de Stálin e desqualificam os
relatos de rebeldes comunistas que teriam enfrentado o Japão na Segunda
Guerra Mundial.
O livro causou
grande impacto quando foi publicado, no Reino Unido, em 2005. No Brasil,
a Companhia das Letras lançou o título em duas edições, a última delas,
em versão econômica, em 2012.
Folha de S. Paulo