Cantoras gospel, “machismo”, dinheiro e omissão
Julio
Severo
Cantoras gospel, que estiveram com
a prezidenta Dilma Rousseff nesta semana, foram muito cobradas. Não, não foi
cobrança de cachê. Foi cobrança de posturas morais diante da prezidenta, que está
para sancionar, a qualquer momento, lei que praticamente torna o aborto legal
no Brasil.
A versão das cantoras é que elas
foram só para orar por Dilma. Mas
a versão de Dilma conta, oficialmente no Blog do Planalto, que elas estavam lá
para “uma demonstração de apoio e solidariedade.”
Apoio e solidariedade ao quê? Aos
bebês em gestação? Às famílias ameaçadas pelas políticas de iniquidade do governo
e partido da prezidenta?
Talvez elas quisessem ser usadas
por Deus. Mas é certo que Dilma também as usou.
O Brasil está há anos sob a
opressão e pressões petistas para legalizar o aborto, a agenda gay e outras
iniquidades. Querendo ou não, uma demonstração de apoio e solidariedade a quem
luta nessas causas acaba apoiando essas próprias causas — a não ser que elas
tivessem aberto a boca para falar o ponto-de-vista de Deus sobre essas
questões.
Contudo, não falaram. A explicação
que ouvi, de fonte ligada diretamente a elas, é que elas precisavam desse
encontro como primeiro passo para outros encontros com Dilma. Posteriormente (e
suspostamente, se Dilma de fato continuar abrindo suas portas), as cantoras
começariam a conversar com Dilma sobre aborto.
Mas será que temos tanto tempo
assim para esperar para falar o que é urgente? Será que as crianças ameaçadas
pela lei do Holocausto do Aborto podem aguardar?
Ou será que as cantoras estão tão
desligadas dos problemas e realidade do Brasil que não podem tratar deles
diante da prezidenta?
Garanto que se o governo do PT
estivesse a ponto de sancionar uma lei contra cachês pesados, todas as cantoras
gospel fariam questão de abrir a boca para pedir a Dilma que revogasse imediatamente
tal lei.
Ontem, houve
em Brasília uma manifestação de mulheres contra o aborto. O foco do evento foi
justamente a lei que Dilma está para sancionar. Nenhuma das cantoras gospel
apareceu na manifestação. Faltou cachê?
Uma cantora gospel desabafou
pelo Twitter que as críticas às suas amigas cantoras deve-se ao “machismo”
— termo fartamente empregado pelas feministas, que estão na linha de frente na
luta a favor do aborto. Isto é, além de nada falarem de aborto para dona Dilma,
ainda acusam quem expõe sua omissão de “machistas.” Preferem um alinhamento
feminista a um alinhamento pró-família.
A Dra. Marisa Lobo, que é mulher e
não pode ser acusada de “machista,” acabou de me contar sobre um comício contra
o aborto a ser realizado no Rio de Janeiro. Cantores seculares e católicos prontamente
aceitaram sem nada cobrar. Até o momento, não há nomes evangélicos para o
evento. As cantoras gospel conseguiriam participar sem cobrar seus habituais
cachês pesados? Os evangélicos, que deveriam se diferenciar na sociedade pelo
caráter de santidade, estão se destacando pelos interesses financeiros.
Será que seria preciso cachê até
para defender a vida de um bebê em gestação? E Jesus, também precisaria pagar
cachê para ter um encontro agendado com as senhoras cantoras que têm boca
aberta para acusar de “machismo,” mas não têm boca aberta para falar para Dilma
sobre vidas em perigo ou coração aberto e boa vontade para cantar a favor da
vida?
Será que é só o bolso delas que
está mais aberto do que suas bocas?
Diante de uma eventual
indisponibilidade das cantoras gospel por falta de cachê, talvez a Dra. Marisa devesse
se dispor a cantar, representando os evangélicos no evento. Ela não é cantora profissional,
mas pelo menos tem boa vontade e está mais do que disposta a falar em defesa
dos bebês em gestação.
A luta em defesa da vida é feita
por boa vontade, não por um bolso cheio de cachê.
Anos atrás, participei de um evento
em Rondônia em defesa da família. Nada cobrei. Fui com os bolsos vazios e sai
com os bolsos vazios. Mas o famoso cantor gospel que fez a parte inicial do
evento cobrou na época 20 mil reais. Ele saiu com os bolsos cheios, mesmo tendo
abandonado sua esposa e filhos pequenos para viver com a amante. Mas eu não
havia sido avisado da participação dele. Tudo o que pude fazer, em protesto,
foi dizer aos organizadores que eu não poderia participar do evento, pois não
fazia sentido algum defender a família ao lado de um cantor adúltero.
Eu poderia citar para as cantoras
gospel o exemplo do profeta Elias, que orava, agia e falava o que Acabe e
Jezabel precisavam ouvir. Mas temo que esse exemplo será tachado de “machista,”
pelo fato de que Elias era homem.
Tudo bem. Temos o exemplo da rainha
Ester. Quando eu estava orando de madrugada sobre as cantoras gospel, me veio
esta palavra:
Quando
Mardoqueu recebeu essa resposta de Ester, imediatamente mandou adverti-la: “Não
imagines que, somente por estares vivendo no palácio do rei, serás a única a
escapar da matança dos judeus, porquanto se calares neste momento crucial,
certamente socorro e salvação surgirão de outra parte para os judeus, mas tu e
a casa de teu pai, os teus familiares, todos sereis aniquilados. Quem sabe se
não foi para este dia que foste nomeada rainha da Pérsia?”Então Ester
mandou a seguinte resposta a Mardoqueu: “Vai, ajunta a todos os judeus que se
acharem na capital, Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três
dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois,
irei ter com o rei, ainda que esse seja um gesto considerado rebelde e contra a
lei; se perecer por isso, pereci!” Então, partiu Mardoqueu e agiu exatamente
como Ester lhe havia pedido. (Ester 4:12-17 KJA)
Ester teve de orar e falar coisas
importantes ao rei, que havia sancionado assassinatos de inocentes. As cantoras
gospel só ficaram com a primeira parte: oraram. Mas não falaram com Dilma sobre
aborto e sua decisão de sancioná-lo.
Nada falaram também da infame
Lei da Palmada, que castigará os pais brasileiros com a vara do Estado.
Sônia Hernandes chefiou reunião das cantoras gospel com Dilma
O encontro com Dilma foi organizado
por Marcelo Crivella e ajudado especialmente por Sônia Hernandes, dois nomes
ligados ao PT. Crivella fez a ponte para que as cantoras gospel, sob a
liderança de Sônia, tivessem o encontro oficial com Dilma. A imprensa nacional
destacou não só o papel de Sônia, mas também seus vários escândalos financeiros
e judiciais.
Crivella, um dos principais líderes
da Igreja Universal do Reino de Deus, já disse, blasfemamente, que “o
Evangelho é a cartilha mais comunista que existe,” como se Jesus Cristo
fosse algum profeta de Karl Marx.
Eu não sei como Sônia leva o
sobrenome Hernandes, mas conheci um Hernandes que teria tido boca para falar o
que Dilma precisa ouvir. Clodovil
Hernandes, o homossexual mais famoso do Brasil, era também o maior inimigo de
Marta Suplicy, considerada a rainha do movimento supremacista gay do
Brasil.
Se até Clodovil conseguia falar o
que os grandes precisavam ouvir, por que Sônia Hernandes não pode? Por que suas
amigas cantoras também não podem? Será para não magoar o PT, que também
financia a Marcha para Jesus?
O povo vai à Marcha apenas pelo
nome de Jesus. Se o evento se
chamasse Marcha do Casal Hernandes, o grande público evangélico pensaria duas
vezes antes de ser usado.
Na última Marcha para Jesus, um
famoso pastor levou uma equipe com vários cartazes contra o aborto, o PLC 122 e
outras políticas do PT. Mas o casal Hernandes havia dado ordens aos seus seguranças
para removerem e proibirem tal manifestação contra seus patrocinadores
petistas.
Não se pode, então, levar cartazes
contra as políticas do PT na Marcha para Jesus, porque o casal Hernandes não
gosta. Afinal, não se pode prejudicar o lucrativo relacionamento entre eles e o
PT.
Não se pode ter famosas cantoras
gospel para representar os evangélicos numa manifestação contra o aborto, pois,
parafraseando um versículo da Bíblia, “sem
cachê é impossível agradar aos deuses e deusas do estrelato gospel.”
Na reunião com Dilma, as cantoras
gospel não puderam falar sobre aborto e a Lei da Palmada, pois o grupo estava
encabeçado por Sônia Hernandes, que tem fortes interesses com o governo do PT.
E, ainda por cima, não se pode
expor essas falhas das cantoras gospel sob risco, no meu caso, de ser chamado
de “machista.”
Eu acho, Sônia Hernandes, que
Clodovil Hernandes saberia muito mais como agir em cada uma dessas situações.
Talvez ele nem soubesse orar. Mas o que importa? É melhor saber agir do que
orar sem saber o que fazer.
Poderiam, pelo menos, pensar tanto
na defesa da vida humana quanto pensam em seus cachês.
Fonte:
www.juliosevero.com