Além da mamografia poder ser ligeiramente dolorosa para a mulher por compressão da mama e de existirem numerosos casos de falsos positivos que provocam inutilmente preocupações psicológicas, alguns estudos sugerem que a repetição sistemática das mamografias preventivas poderá em vez de diminuir, aumentar o risco de contrair um cancro da mama devido às radiações.
Apesar
destes constrangimentos, trata-se aqui de saber se o despiste do cancro
da mama através de mamografias sistemáticas pode prevenir o seu
aparecimento.
Ora, a revista British Medical Journal (BMJ) acabou de publicar no
dia 28 de julho de 2011 um estudo que prova a inutilidade das
mamografias de rotina na diminuição da mortalidade no cancro da mama.
Os autores compararam a mortalidade do cancro da mama em vários
países em que os meios de tratamento eram idênticos, mas em que o
despiste sistemático por mamografia se iniciou em datas diferentes.
O período do estudo foi de 1989 a 2006. Os países foram a Suécia, a
Noruega, a Holanda, a Bélgica, a Suíça e a Islândia, portanto países em
que os meios de tratamento após o despiste de um cancro da mama são
similares.
Primeira constatação: durante este período
verificou-se um decréscimo em 25% da mortalidade por cancro da mama. À
primeira vista pode-se pensar que essa diminuição terá sido devida ao
despiste sistemático pela mamografia. Mas, apesar dos vários factores
que dificultam a interpretação, parece não ter sido o despiste com as
mamografias que conduziram à diminuição da mortalidade por cancro da
mama, mas sim, os progressos no seu tratamento.
Os autores constataram que apesar da introdução do despiste
sistemático com a mamografia se ter realizado anos diferentes nestes
países, a diminuição progressiva da mortalidade verificada foi
exactamente a mesma em todos esses países.
Fonte: BMJ Group
http://portugalmundial.com