Um parente dos dois
suspeitos de terem realizado os atentados na Maratona de Boston disse
que eles foram vítimas de um complô russo para retratá-los como
terroristas tchetchenos operando em solo norte-americano.
Said Tsarnaev,
residente de Grozny, a capital da região russa da Tchetchênia, acusou o
governo russo de enviar informações falsas para os Estados Unidos com a
finalidade de enquadrar os dois suspeitos, os irmãos Tamerlan e Dzhokhar
Tsarnaev.
Ele disse que a
Rússia quer convencer o Ocidente de que a insurgência de islamistas na
região Cáucaso do Norte, na Rússia, se tornou mundial, resultando em um
ataque a um alvo norte-americano.
"Isso não teria
acontecido sem o envolvimento do lado russo", afirmou Tsarnaev, de 56
anos, à Reuters em sua casa, em Grozny. "A Rússia precisava mostrar ao
Ocidente, incluindo os Estados Unidos, que tchetchenos são terroristas.
Eles precisavam denegrir sua reputação e apresentar essas duas pessoas e
todo o povo checheno como terroristas. É por isso que tudo aconteceu."
O Kremlin e as autoridades policiais russas não estavam disponíveis de imediato para comentar a declaração.
Os Estados Unidos
acusam a Rússia de usar táticas duras contra a insurgência, mas o
presidente russo Vladimir Putin diz que o Ocidente subestima os desafios
de segurança enfrentados por Moscou.
Convencer governos
estrangeiros de que eles também estão expostos aos insurgentes islâmicos
do Cáucaso do Norte pode ser visto por Moscou como uma forma ganhar
liberdade total para agir contra a insurgência.
Tamerlan e Dzhokhar
Tsarnaev, netos de um primo de Said, são acusados
​​de plantar duas bombas improvisadas perto da linha
de chegada da Maratona de Boston, matando três pessoas e ferindo 282.
Tamerlan morreu em um tiroteio com a polícia e Dzhokhar foi capturado após uma caçada policial.