Uma
medida decretada pelo governo de Angola baniu o funcionamento da
maioria das igrejas evangélicas brasileiras do país. Como justificativa
para a medida, o governo angolano afirmou que tais igrejas praticam
“propaganda enganosa” e “se aproveitam das fragilidades do povo
angolano”, além de não terem reconhecimento do Estado.
Cerca de 15% da população angolana é evangélica, número que tem
crescido, principalmente entre as igrejas neopentecostais, segundo o
governo. Porém, a decisão do governo pode fazer com que a Igreja
Universal detenha o “monopólio” entre igrejas dessa vertente no país,
visto que, mesmo funcionando sob intervenção do Estado, ela continua
tendo permissão para atuar no país.
De acordo com a Folha de S.Paulo, Rui Falcão, secretário do birô
político do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e porta-voz
do partido, disse que as “dissidências” não obterão reconhecimento do
Estado.
- O que mais existe aqui em Angola são igrejas de origem brasileira, e
isso é um problema, elas brincam com as fragilidades do povo angolano e
fazem propaganda enganosa – afirmou Rui Falcão, que está no poder desde
a independência de Angola, em 1975.
Essa manobra é vista por especialistas como uma forma de restringir a
concorrência de outras igrejas brasileiras no país, uma vez que governo
do país é visto como muito próximo da Universal, cuja TV Record tem
grande força no país.
- Angola é terreno fértil para a Universal, que tem lá TV, jornal,
templos e conexões políticas, e por isso deve ter conseguido essa
‘reserva de mercado’ – afirma Ricardo Mariano, sociólogo da PUC-RS.
Por Dan Martins, para o Gospel+