por Jarbas Aragão
Teólogos lançam o "Novo Novo Testamento" com 10 livros novos
“Um Novo Novo Testamento: a Bíblia
para a século 21, combinando textos tradicionais e os descobertos
recentemente”. Este é o título do material editado pelo erudito Hal
Taussig e publicado este mês nos Estados Unidos.
O volume de 600
páginas recebeu o apoio de estudiosos como Marcus Borg, Karen King e
Barbara Brown Taylor. Eles, assim como Taussig, eram membros do Jesus
Seminar (um grupo de estudiosos que anos atrás determinou quais palavras
e ações de Jesus registradas nos Evangelhos eram autênticos). Seus
pontos de vista não seguem uma fé cristã histórica, seja ela católica,
ortodoxa ou evangélica. Karen L. King é Professora de Teologia em
Harvard, uma das universidades mais tradicionais do mundo.
O
material diz ter sido elaborado por “Um conselho de estudiosos e líderes
espirituais”. Formado por 19 pessoas, incluindo dois rabinos, acabou
escolhendo para fazer parte desse Novo Novo Testamento dez novos livros,
juntamente com duas orações e um cântico.
Esse cântico, chamado
de “O Trovão” faz parte de um dos códices de Nag Hammadi, que segundo
especialistas, pode ter sido escrito três séculos antes de Jesus nascer.
A lista dos novos livros adicionados ao Novo Testamento pelo conselho inclui:
- A oração de ação de graças
- A oração do apóstolo Paulo
- O Trovão: Mente perfeita
- O Evangelho de Tomé
- O Evangelho de Maria
- O Evangelho da Verdade
- Os Atos de Paulo e Tecla
- A Carta de Pedro a Filipe
- O Apocalipse Secreto de João
- O Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Livro das Odes de Salomão
Segundo
teólogos cristãos tradicionais, esse material é de literatura gnóstica
ou proto-gnóstica, o que significa que não tem seu centro na revelação
de Jesus como o Deus-homem.
Não são novas as tentativas de se
“reformular o cristianismo”, mas o que chama atenção nesse caso é o fato
de este “conselho” de 19 pessoas ser formado de estudiosos
reconhecidos. A maioria deles são professores, pastores, autores e
rabinos.
Segundo o material promocional, este grupo foi “modelado
em conselhos da igreja primitiva dos primeiros seis séculos, que tomaram
decisões importantes para grandes grupos de cristãos”.
O release
oficial traz a seguinte explicação: “É hora de um novo Novo
Testamento. Ao longo dos últimos séculos, inúmeras cópias de Escrituras
perdidas foram descobertas, autenticadas, traduzidas, debatidas,
comemoradas. Muitos destes documentos eram tão importantes para a
formação das primeiras comunidades cristãs, assim como aqueles que fazem
parte do Novo Testamento tradicional… A leitura das escrituras
tradicionais, juntamente com estes novos textos oferece a possibilidade
emocionante de compreendermos melhor tanto o Novo quanto o Antigo
Testamento”.
Obviamente, o lançamento desse material foi
solenemente ignorado pela maioria dos teólogos, mas como alerta Daniel
Wallace, o perigo está na confusão em que se encontram as igrejas, onde
as doutrinas históricas foram substituídas por outros ensinamentos que
são absorvidos pelos cristãos sem que sejam confrontados com as
Escrituras. Ainda não há versões para outras línguas além do inglês,
mas o ambicioso projeto pretende disseminar seus “achados” para todo o
mundo em breve.
Assista(em inglês)
http://noticias.gospelprime.com.br/novo-novo-testamento/