O mundo inteiro parou, e não se
fala noutra coisa desde o dia 5, quando foi oficialmente anunciada a
morte de Chávez. Tenho pouco a comentar sobre isso pois, como venho
dizendo há tempo, minha principal preocupação é a situação política do
país, governado por usurpadores, verdadeiros urubus se refestelando na
carniça de um defunto ainda quente e brigando pela repartição do botim.
Toda a trajetória desse déspota
sanguinário foi marcada pela mentira e ocultação de fatos que deveriam
ser do conhecimento dos venezuelanos, desde seus atos em vida -
sobretudo como e com quem gastava a fortuna oriunda do petróleo -,
passando pela sua doença e finalmente sobre sua morte. O chefe da guarda
presidencial de Chávez, general José Ornella, anunciou que ele morreu
em conseqüência de “um enfarto fulminante”. Segundo Ornella, Chávez “não
podia falar, mas disse com os lábios: ‘eu não quero morrer, por favor,
não me deixem morrer’, porque ele queria muito a seu país, se imolou por
seu país”.
Como até hoje não se sabe a
realidade dos fatos, qualquer especulação ou conto serve de consolo. E
dentre essas incontáveis histórias divulgadas com a finalidade de
mostrar um homem bom e generoso, agora ele aparece não só como
“católico” senão como que “morreu no seio da Igreja”. Parece
contraditório que esta informação parta de comunistas ateus, como o
próprio Chávez que se exibia em público beijando um Crucifixo, mas faz
parte do jogo de desinformação, uma vez que a Venezuela possui 90% de
católicos no país. Esta seria, então, a maneira mais fácil de conquistar
parcelas enormes não só da população nacional como também
internacional, que denunciavam os horrores do comunismo que vinha sendo
implantado no país. Nenhum católico venezuelano esquece as heresias
ditas no vídeo abaixo. Então, alguém que levou toda sua vida afrontando a
Deus, perseguindo a quem se opunha à sua ditadura e que NUNCA pediu
perdão pelos seus atos cruéis e criminosos contra pessoas inocentes, não
pode ter “morrido no seio da Igreja” porque, para isto, era necessário o
arrependimento e o pedido de perdão, às suas vítimas e a Deus. Assistam
ao vídeo.
E a farsa prosseguiu durante o velório, pois conforme mostra a foto abaixo, Chávez aparece em um caixão saindo do Hospital Militar, e em outro completamente distinto durante o cortejo e o salão onde está sendo velado. Como pôde isto? Por que a troca de caixões? Especula-se, mais uma vez, que o primeiro caixão foi o que o transportou de Cuba à Venezuela mas como era totalmente fechado, providenciou-se outro com uma janela de vidro. Há ainda outro mistério: por que não há nem se pode tirar fotos do ilustre defunto? As pessoas estão sendo rigorosamente revistadas, conforme relata um repórter da agência AFP, para que não entrem no recinto com câmeras fotográficas de nenhum tipo e ficam apenas 10 segundos se despedindo. Há sobre o seu corpo uma faixa vermelha bordada em letras douradas a palavra “Milícia”, uma organização para-militar criada por ele com 120.000 civis em armas, prontos para “defender a pátria”... dos seus compatriotas contra-revolucionários!
Quem assistiu à declaração de
Nicolás Maduro viu quando ele chorou emocionado ao informar que Chávez
havia morrido. No entanto, a foto abaixo tirada ontem no velório,
mostra-o em companhia de Evo Morales onde ambos sorriem absolutamente
inadequada a um velório. De que ri Maduro um dia após ter chorado em
cadeia de televisão a morte de seu chefe e melhor amigo? Ri de
felicidade por ter conseguido dar um criminoso golpe de Estado na
Venezuela, com a anuência de TODOS os países pertencentes à ALBA, Foro
de São Paulo e OEA, pois na reunião emergencial havida em 10 de janeiro
naquele órgão, o único a apontar o crime constitucional que se estava
cometendo foi o embaixador do Panamá, Guillermo Cochez, o que acabou lhe
custando a exoneração do cargo.
Vale a pena revisar o que vem ocorrendo desde que Chávez deixou o país em 11 de dezembro de 2012:
1. No dia 10 de janeiro de 2013
encerrava-se um período presidencial e começava outro. Nesta data,
Chávez deveria se juramentar e nomear seu novo vice-presidente, o que
não ocorreu dada a sua impossibilidade física. Numa atitude claramente
ilegal e inconstitucional, a presidente do Tribunal Supremo de Justiça
(TSJ) Luisa Estella Morales decide que, como houve uma re-eleição, se
poderia “estender” o prazo até que Chávez estivesse em condições;
2. Com este golpe, dona Luisa
Estella além de ratificar Maduro no cargo de vice-presidente, ratificou
também o seu próprio cargo e dos demais membros do governo como
ministros, embaixadores, comandos militar, etc.;
3. Considerando que esta atitude
fosse legal, a sentença da Sala Constitucional agora fica vencida com a
morte de Chávez, caraterizando-se sua “ausência absoluta e definitiva”;
4. Conforme reza a Constituição
Nacional em seu Art. 233, o cargo de presidente da República fica
legalmente vacante devendo assumi-lo o presidente da Assembléia
Nacional, Diosdado Cabello, e novas eleições devem ser convocadas em 30
dias, uma vez que Chávez morreu sem tomar posse. Portanto, todos os
cargos ocupados atualmente expiraram, perderam a validade;
5. Conforme reza também a
Constituição, como “Presidente Encarregado” Maduro não se inabilita a
concorrer às eleições mas como vice-presidente ele não poderia, teria
que renunciar, mostrando claramente uma jogada política planejada desde
que Chávez concorreu às últimas eleições, SABENDO que não viveria para
tomar posse! Assim, ele garantiu - por ordem dos ditadores Castro - a
perpetuação de seu projeto revolucionário, e através desses mesmos
ditadores é que Maduro vem tomando as atitudes mais espúrias e ilegais
num país sem lei. Tudo fora planejado para que Diosdado Cabello NUNCA
assumisse o cargo que constitucionalmente lhe cabia, pois os Castro
temiam perder as regalias que recebem e que Cabello, que goza de
prestígio no meio castrense, levasse os militares a uma sublevação.
A doutora Blanca Rosa Mármol de León, ex-magistrada da Corte Supre de Justiça venezuelana e cuja aposentadoria foi “apressada” pela presidente do TSJ, deu uma entrevista a Pedro Corzo da Radio Martí, e confirma todas as denúncias que eu já vinha fazendo desde fins do ano passado e começo deste. Ouçam aqui:
O mais estarrecedor de toda esta
trama diabólica, é que Nicolás Maduro além de usurpar um cargo que
caberia por direito a Diosdado Cabello, já está emitindo decretos, como o
mostrado abaixo, onde se auto-nomeia “Presidente Encarregado” e NINGUÉM
da imprensa nacional ou internacional denuncia isto. É como Olavo de
Carvalho sempre aponta, a “espiral do silêncio”, pois não interessa para
nada que se desmorone esse castelo sinistro que Chávez levou 14 anos
para construir, sob o comando de Havana e do Foro de São Paulo.
Há muitos países dependentes dos
petro-dólares venezuelanos, a começar por Cuba, que nesses 14 anos
recebeu aproximadamente 5.000 milhões de dólares em petróleo, dinheiro e
serviços. Do mesmo modo, bandos criminosos, como as FARC, teriam
recebido além de apoio logístico dentro da Venezuela onde possuem
propriedades, identidades venezuelanas, além de facilidades no
“comércio” da droga. E não preciso citar a Bolívia, Nicarágua, Equador,
Argentina, Paraguai e Uruguai, por isso todos choram a morte de seu
ídolo. Sobre a fortuna expropriada em prol de sua família e dos irmãos
Castro, sugiro a leitura deste artigo muito revelador.
E para encerrar esta edição de hoje, o Notalatina
mostra, através da foto abaixo, que Nicolás Maduro já estava em
campanha, talvez incentivado pelo próprio Chávez, quando o nomeou e
pediu ao povo que votasse nele desde o ano passado. O cartaz abaixo
mostra Maduro e Chávez juntos, uma jogada de marketing muito usada para
associar um candidato a outro, sobretudo os populistas o que garante os
votos de um para o outro. Cansamos de ver isso aqui no Brasil. E isto já
devia estar pronto há tempo porque propaganda impressa não se faz da noite para o dia, teve de ser planejado, testado e impresso.
Temo e me preocupo com o destino da
Venezuela em mãos de bandidos perigosos e armados, pois vai-se convocar
eleições mas a oposição está completamente fragmentada, desiludida,
cansada de tanta traição e sem um líder visível, pois Henrique Capriles
tem se esmerado em mostrar que não passa de um socialista demagogo, que
vai perder sem resistência alguma para um ex-motorista de ônibus
ignorante, sem traquejo político nenhum e que, por isso mesmo, foi o
candidato escolhido a dedo por Raúl e Fidel Castro. E ele já deu provas
incontestes nesse período de ausência de Chávez, fazendo tudo, até a
morte do ditador bolivariano, como determinavam os “senhores da ilha”.
Que a Virgem de Coromoto proteja os venezuelanos de bem, e não permita
que se consolide uma ditadura comunista de direito e de fato na
Venezuela. Fiquem com Deus e até a próxima.