'Chicote
é a minha defesa pessoal', diz padre. Testemunhas dizem que uma menina
de 12 anos foi atingida no rosto e pode ficar cega.
O Conselho
Tutelar de Matinhos, no litoral do Paraná, acompanha a denúncia de que
uma criança de 12 anos levou um golpe de chicote no rosto. De acordo com
testemunhas, a chicotada foi aplicada pelo padre da cidade, Mansueto
Pantarol.
O incidente
ocorreu quando crianças comemoravam com ovos e farinha o fim do ano
letivo do colégio que fica ao lado da igreja. Incomodado com a confusão,
o padre chegou com um chicote para espantá-los.
''Os alunos
comemoravam jogando ovos uns nos outros e dando gargalhadas. O padre se
sentiu incomodado com a bagunça e pegou o chicote, e acabou acertando o
rosto de uma garota''. explicou o delegado Messias Antônio Rosa.
“O que você
faria se fosse na sua casa? Você não ia espantar? Esse incidente foi uma
mínima coisa que aconteceu. Agora o padre é o ruim da história”, diz. O
religioso ainda afirmou que o local virou uma praça de guerra, mas nega
que o golpe tenha acertado a menina.
“O chicote é a
minha defesa pessoal. Eu não uso arma, não sou policial e nem guarda
municipal, mas eu tenho que cuidar da igreja”, conclui Mansueto.
O Conselho
Tutelar de Matinhos orientou os pais da menina a registrarem um boletim
de ocorrência na delegacia da cidade, e não passou mais informações
sobre o incidente. Até as 19h20 não houve nenhum registro sobre o caso
na delegacia da cidade.
Bispo não aprova o ato
O Bispo Dom
João, da Cúria Diocesana de Paranaguá, responsável pela Paróquia de
Matinhos, disse que conversou com o Padre Mansueto. “O padre disse que
não foi ele que feriu a criança nos olhos. Ele tem que zelar pelo
patrimônio da igreja. Temos que assumir o erro do padre e que não é uma
orientação da Diocese, para que o padre aja desta forma, com o uso de um
chicote. Nunca tivemos nenhum problema parecido como esse. É um caso
isolado”, disse.
O bispo ainda
disse que “a atitude a ser tomada pela Cúria Diocesana de Paranaguá é
apurar bem os fatos junto ao padre e a família da menina que disse que
foi ferida. A partir disso, vamos verificar a posição a ser tomada.”
Confira a opinião de um blogueiro local, do Jornal Bem Paraná
Na última
sexta-feira, 30 de novembro, por volta das 17 horas, alguns
adolescentes, crianças ainda, comemoravam o fim do ano letivo no Colégio
Estadual Gabriel de Lara, que fica no centro da cidade de Matinhos, no
Litoral do Paraná. A comemoração, tipicamente adolescente, com muitos
gritos de Viva!, Oba!, farinha, ovo e água, chegou até a praça da Igreja
Matriz de São Pedro, vizinha ao colégio.
A
partir daí, o que parecia uma inocente e alegre reunião, virou uma
espécie de “revival” da Santa Inquisição (aquela caça aos infiéis da
Santa Igreja, acontecida na idade média, que quase sempre terminava em
fogueira ou chicote).
Incomodado, o
pároco Mansueto Pantarol, conhecido por sua “truculência” canônica,
incorporou Tomás Torquemada (o grande chefe da Santa Inquisição),
apoderou-se de um chicote, isso mesmo, um chicote, e passou a açoitar os
estudantes que faziam a “algazarra” na praça (que é pública, não
pertence a cúria).
O resultado da insurreição foi trágico: uma adolescente seriamente ferida, corre o risco de perder a visão.
Na cidade
nenhuma autoridade se manifestou sobre o assunto. Aliás, quase ninguém
se manifesta, só uns poucos arriscam algumas postagens e
compartilhamentos nas redes sociais.
O Padre
Mansueto passou pelas paróquias de Ponta Grossa, Castro, Irati – onde
também deixou polêmicas, além de Guaratuba, antes de chegar em Matinhos.
O que choca,
além é claro da gravidade do ferimento na garota, é que um padre ainda
pense assim, ainda comporte-se assim e acredite no julgo da chibata.
Claro que é um fato isolado; claro que isso não é uma orientação do
clero; é claro que toda obra da igreja não pode ser avaliada por esse
evento, nem por outro evento isolado qualquer, mas, a igreja assim como
todas as autoridades locais, não podem se calar.
O Blogueiro completa em outra postagem dizendo:
O resultado da insanidade é uma menina que quase ficou cega e um garoto que foi atropelado por um ônibus ao fugir do padre.
O que pouca
gente sabe é que não é a primeira vez que Mansueto Pantarol despiroca.
Um dos relatos aliás é do mesmo dia pela manhã, quando várias pessoas
afirmam ter visto o padre chicotear um cuidador de carros na praça.
Há quem diga
que a “surra” foi aplicada porque o rapaz não é cuidador oficial do
local e a área é “dominada” pelo truculento ser.
Para ver a reportagem da Paraná TV, clique AQUI.
Com informações do Bem Paraná/G1/Parana TV/Paraná Online