O Evangelho é
escândalo para o mundo? Definitivamente. Contudo, esta não é mais uma
questão em pauta na igreja hodierna. O Amor incompreensível do Pai, o
escândalo do plano de salvação do homem não escandaliza mais o mundo,
simplesmente porque não é mais proclamado pela noiva de Cristo.
A loucura do Amor de Jesus está sendo escondida por Sua própria prometida,
sob o véu da iniquidade, enquanto o Noivo se entristece e o Evangelho é
envergonhado no embate que que a igreja escolheu travar na arena
midiática.
Usurpando a
Glória de Deus e escondendo a revelação do incomensurável Amor dos
ímpios que Dele precisam com a urgência da própria vida, os líderes
evangélicos são odiados pelo mundo pelas razões erradas, desvirtuam as
estratégias de Deus e substituem a missão da Igreja levando o povo à
perdição da persecução de bençãos materiais em esquemas de loteria
religiosa, onde só ganham os banqueiros do jogo. E, fazem isto,
enquanto causam ojeriza ao mundo, não pelas razões inerentes ao Projeto
de Salvação do Senhor Deus, mas pela revelação de sua própria corrupção
ética e do ódio seminal que expõem o lado cancerígeno do Corpo, a
porção apodrecida, a chaga repulsiva de uma igreja miseravelmente
incitada a militar pelo sequestro da esperança do perdido através de
manifestações de ódio e da pregação diabólica do desamor aos pecadores.
Não somos mais o
povo que prega a salvação por meio do arrependimento nascido do
constrangimento irresistível do Amor de Deus, do enredo de loucura
concluído no escândalo da Cruz e manifesto ao mundo na incompreensão da
Graça, o favor imerecido diante do Amor sem medida. Somos o povo que tem
prazer em envergonhar o perdido, humilhar o iníquo e se esforça em
afasta-Lo da Graça enquanto se vangloria de uma falsa santidade e se
refastela em um sonho triunfalista.
Estamos preocupados com as causas erradas. Estamos revestidos de justiça usurpada,
estamos julgando o mundo e não mais lhe trazendo a Boa Nova, afastamos o
perdido e desvirtuamos a missão integral da Igreja que deveria pregar o
Evangelho da Salvação e sinalizar o Reino de Deus, aqui e agora, sendo a
luz do mundo, escandalizando a todos com o Amor de Cristo, a ser
manifestado da forma que Ele próprio nos comandou, amando-O acima de
tudo, amando o outro como a nós mesmos.
Ansiamos pela
autoridade do poder mundano, queremos expor nossas conquistas materiais e
impor a nossa verdade e costumes por força da política partidária e
projeto de governo.
Fomos chamados
de sal que dá sabor e propósito reinista à terra pela manifestação do
que somos A FAVOR e não do que somos CONTRA, mas vivemos trancados nos
nossos templos nos entretendo com pieguices religiosas, fofoca
maliciosa, falsa comiseração, pequenos podres poderes e a vangloria de
nossos pequenos sacrifícios, usos, melhores costumes e ofertas
financeiras, com as quais, decidimos pagar pela nossa própria salvação
em pequenas prestações de um consórcio que ainda oferece sorteios de
bênçãos milionárias.
Queremos ser
contribuintes do favor imerecido e impagável assumindo uma santidade de
fariseus, que olha para si e não a santidade para a qual Deus nos
chamou que se manifesta no amor ao outro.
Escolhemos a religiosidade vazia em detrimento da misericórdia e o caminho do egoísmo, ao invés do amor.
O mundo está
cansado de saber acerca do que nos OPOMOS, mas pouco sabe acerca do que
estamos, revestidos debaixo da unção de Cristo, a FAVORECER.
Nossos líderes
deveriam estar a frente do um projeto de amor. Da consecução dos planos
do BEM. Mas, ao contrário, nos envergonham com seus projetos de poder
internacionais, mundiais e universais.
Nossos líderes
deveriam constranger o mundo pela desconcertante e exuberante obra em
favor dos oprimidos, pela autoridade verdadeira do líder cristão que é a
humildade, tanto maior, quanto maior for a liderança concedida pelo
favor de Deus, pois a unção é comissionada, dada pelo único e
verdadeiro ungido que é Cristo e, esta, a unção, não é de poder, mas de
direção, não é de autoridade, mas de submissão e é assim para que o
mundo veja e saiba que na Igreja o menor é o maior, para que prevaleça
sempre Aquele de Quem emana toda a autoridade.
Liderar em
Cristo e se submeter. É dar e não esperar receber. É servir mais e falar
menos. É ser cercado dos perdidos, dos pecadores e não de leões de chácara e verdugos contratados,
como se vê neste vídeo repulsivo. É caminhar nos guetos e mocambos e
não nos palácios. É se regozijar por falar aos oprimidos e não aos
membros de comissões no Congresso. E se, para tais lugares forem
chamados, que venham a ser motivo de embaraço aos poderosos, não pela
soberba, não pelas manifestações de poder em marchas fúteis de seus
numerosos prosélitos, mas pelo constrangimento do amor que a todos
acolhe, sem acepção, e se humilha e nunca confronta pela força, mas
constrange pelo Amor.
Liderar em
Cristo é atender à vocação de ser menor e servir. É se humilhar e nunca
se assoberbar. É se desproteger, antes se esconder. É dar a outra face e
nunca as costas. Fazendo assim, de tal maneira, que toda Mônica Iozzi se constranja e se renda incondicionalmente ao Amor do Pai e, escandalizada, se pergunte:
- Eu não
entendo este Amor pelo outro; eu não compreendo este que se humilha e é
terno e manso quando atacado; De onde vem este desprendimento, esta auto
negação deste que é líder de tantos? Como eu posso conjecturar a
maldade e não respeitar a estes que são revestidos de uma bondade além
da minha compreensão? Eu vejo o que eles fazem por aqueles por a quem eu
receio e me enojo e nem ouso me aproximar. De onde vem este Amor? Quem é
o Deus a quem eles servem? Será que Nele eu também encontro socorro
para a minha aflição? Aconchego para minha alma sozinha? Propósito para
minha vida vazia?
Eu rogo a
Deus que um dia sejamos novamente motivo de escândalo pela loucura do
Evangelho e pela incompreensão do nosso amor santo pela causa daqueles a
quem o Pai escolheu e sejamos por isto malditos por aqueles que só
olham para si mesmos, amam o poder e vivem na iniquidade.
Faça assim,
meu Pai, por misericórdia daqueles que tem consagrado as suas vidas pela
Obra e anseiam humildemente cooperar para que a manifestação do Seu
Reino seja percebida aqui e agora e que, por Amor a Ti, se aniquilam
todos os dias para que o Senhor se manifeste em suas vidas.
Faz assim Pai, em nome de Jesus.
Amém.
Postou Danilo Fernandes no Genizah