Cerca
de 40 policiais de Shenzhen, China, abordaram Cao Nandi e outros oito
cristãos, dos quais, sete mulheres, incluindo uma senhora de 70 anos de
idade, e os levaram detidos a uma delegacia próxima. O motivo?
Eles pregavam sobre o verdadeiro significado do Natal em um parque no
sul da cidade.
As mulheres são obreiras do Centro
Guanai (Caring) e da Igreja Meilin. O único homem do grupo é membro da
Igreja Associação Jovens da Paz.
Quando a esposa de Cao foi até a
delegacia de polícia na manhã seguinte, cerca de oito horas depois, foi
informada de que não poderia ver o marido.
Cao ama o Senhor apaixonadamente e
queria contar aos outros sobre a graça salvadora do Senhor e as Boas
Novas do Reino do Céu, mesmo que isso custasse ser odiado por outros e
sofrer perseguição. Ele aceitou de bom grado esta punição injusta por
compreender a Verdade de Deus e a missão do Pai de salvar as almas
perdidas.
De acordo com os últimos relatórios recebidos pela agência de notícias China Aid (Ajuda à China, em tradução livre), todos os detidos já foram liberados.
Segundo Portas Abertas, é importante
lembrar que, com a aproximação do Natal, a perseguição do governo aos
cristãos deve aumentar. “Devemos orar para que os cristãos chineses
respondam com sutileza, e continuem servindo fielmente. Para que diante
da perseguição, não tenham medo e não recuem, de modo que conquistem a
vitória nesta batalha espiritual”, orienta o ministério.
Crescimento em meio a perseguição
Apesar dos nomes dos novos líderes
chineses terem sido anunciados oficialmente este mês, esse processo
começou há cinco anos, quando Xi e Li foram ungidos como os sucessores
de Hu Jintao e Wen Jiabao, nessa ordem. Todos os anos em decorrência
serviram de preparação para que, no tempo determinado, eles possam
assumir os postos da liderança do segundo país mais poderoso do mundo.
Há pouco espaço para qualquer mudança
significativa repentina na política da China. O que mais se espera de
uma nova liderança é que mantenha a continuidade, já que todas as
alterações políticas essenciais – com planejamento de longo prazo – são
tomadas por consenso, e, portanto, nenhum indivíduo tem o poder de tomar
uma decisão importante isoladamente.
No que diz respeito à liberdade
religiosa, é provável que a atitude do governo chinês quanto ao
crescimento “sem controle” de igrejas casa se mantenha inalterada nos
próximos anos. O movimento é composto por igrejas “não-oficiais” que
operam fora das áreas controladas pelo governo, como o Movimento
Patriótico das Três Autonomias e o Conselho Cristão da China.
Isso explica porque a Igreja Shouwang –
que começou como um estudo bíblico caseiro, em 1993, cresceu e tornou-se
uma das maiores congregações casa em 2007 – está sendo perseguida pelas
autoridades. A igreja possui um piso na Torre de Tecnologia e Daheng
Science na área noroeste de Beijing Zhongguancun (distrito tecnológico
da China), mas as autoridades impediram o uso da propriedade para
cultos. A igreja tem se reunido em um parque por mais de um ano, apesar
de esporádica prisão e detenção de seus membros durante os cultos.
Resistência
No início deste mês, sete cristãos de uma igreja doméstica na província de Henan foram acusados de participar de atividades de Shouters (Gritadores,
em tradução livre), um grupo fundado em 1960, nos Estados Unidos, que
foi proibido, em 1980, pelo governo chinês, de cultuar a Deus, segundo a
organização China Aid.
Autoridades se opõem até mesmo às
igrejas oficiais que procuram resistir aos movimentos do governo.
Recentemente foi negada a permissão para um protesto público contra o
despejo planejado, supostamente ilegal, e a demolição de uma propriedade
da igreja pelos desenvolvedores imobiliários, de acordo com informação
da China Aid em 26 de novembro.
Ryan Morgan, gerente regional para o Sudeste Asiático do International Christian Concern,
disse: “Nossa única escolha é adorar de forma ilegal e enfrentar a
ameaça de assédio, detenção, tortura e prisão. Dezenas de milhões de
cristãos na China sofrem com isso hoje. No entanto, as igrejas chinesas
parecem ser fortes o suficiente para continuarem a crescer tanto em
número quanto em profundidade espiritual em face à perseguição”.
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Fonte: Portas Abertas