Esta pintura, chamada de “O cavaleiro da mão no peito”, mas também
conhecida como “O juramento do cavaleiro”, é uma das mais famosas
pinturas espanholas. Um dos destaques do Maneirismo, foi pintada pelo
artista Domenikos Theotokopoulos, mais conhecido como “El Greco”, por
volta do ano de 1584.
Visto por muitos como a melhor representação do espanhol da Idade do
Ouro, esse quadro tem sido alvo da atenção dos historiadores da arte ao
longo dos séculos. O interesse pela pintura não se deveu apenas pela sua
relevância histórica, mas principalmente pelos mistérios que a
circundam: a identidade do homem e o significado do seu gesto.
Apesar das suspeitas de que se trata de Juan de Silva ou mesmo de Miguel
de Cervantes, não há como confirmar tais teorias. Por tal motivo,
oficialmente é um retrato de um “nobre espanhol não identificado”. Mas o
mistério que mais curiosidades, estudos, pesquisas e teorias gerou é do
sinal que o homem faz: com sua mão direita sobre o peito, como em sinal
de respeito ou juramento, mas com os dedos médio e anelar unidos e os
demais afastados.
Apesar de teorias como a de que o retratado possuía uma deficiência que
mantinha os dedos grudados, ou que o pintor retratou o gesto dessa forma
exatamente para alimentar a curiosidade da sociedade, a teoria mais
comum entre os historiadores é de ser um “sinal de ritual, apenas
inteligível aos iniciados”.Como mineiro e maçom, é com orgulho que
afirmo que essa teoria de que o gesto do cavaleiro é um sinal
ritualístico, mais precisamente um sinal maçônico, pode ser reforçada
por outro artista, também.
Mineiro e também maçom: Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Estudos e pesquisas sobre a vida e a obra de Aleijadinho já mostraram
que nosso artista incluiu, de forma discreta, sinais maçônicos em muitas
de suas obras, entre elas as esculturas dos profetas, concluídas em
1805 e localizadas em Congonhas. Uma dessas esculturas, a de Jeremias,
apresenta a mão direita com os dedos médio e anelar unidos e os demais
afastados, assim como na pintura de El Greco.
Há indícios de que esse gesto, formando um “M” com os dedos, era um
sinal comum na Maçonaria “latina” (Itália, Espanha, França, Portugal e
as originadas dessas), usado para identificação em lugares públicos, já
que outros sinais eram restritos ao uso em locais “livres dos olhos
profanos”. Com otempo, teria entrado em desuso, assim como outros sinais
similares.Talvez nunca descubram quem é o cavaleiro retratado naquela
pintura, mas uma coisa parece ser certa: ele tinha orgulho de ser maçom e
queria que os outros maçons soubessem disso.
Fonte: http://www.antinovaordem.com