Garota
que mora em Sapeaçu entrou na 'onda' de vender a virgindade. Ela teve
ideia após ver vídeo de catarinense, e pretende ajudar mãe doente.
Uma paulista de 18 anos,
que mora na cidade de Sapeaçu, distante cerca de 150 km de Salvador,
leiloa a virgindade pela internet. Rebeca Bernardo Ribeiro disse que
teve a ideia após ter visto a "coragem" da catarinense Ingrid
Migliorini, que conseguiu vender a virgindade por R$ 1,5 milhão. "Eu vi o
vídeo da Catarina, vi a coragem dela de não ter medo de ser julgada,
não nego que vi o quanto ela conseguiu adquirir e pensei em quanto posso
adquirir e mudar minha vida", relatou ao G1 no sábado (24).
A garota, que mora
sozinha com a mãe, diz ter se assustado com a repercussão do vídeo em
que aparece anunciando o leilão e, por isso, decidiu retirá-lo do ar.
"Tirei do ar logo porque eu não estava podendo frequentar a rua, tinha
medo do que as pessoas poderiam fazer". Em seguida, postou um novo
vídeo, pelo qual justifica a atitude. Mesmo assim, há uma semana Rebeca
não vai à escola onde cursa o 2º ano do Ensino Médio por conta das
críticas, mas também pela agenda de entrevistas.
A mãe de Rebeca sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral) há quatro anos e ficou com graves sequelas, segundo conta. Entre elas, não consegue andar nem tomar banho sozinha, além de ter dificuldades para se alimentar e estar com a fala comprometida. Há aproximadamente um mês, a mãe sofreu um segundo AVC. "Com o pouco recurso que a gente tem, não dá para pagar fono [fonoaudiólogo]. São várias coisas para pagar que a gente não tem", afirmou.
A garota diz que recebe
ajuda de pessoas que frequentam a igreja evangélica que a mãe dela ia
antes de ficar doente. Ela se diz evangélica "não praticante". Rebeca
parou de ir aos cultos há três anos, mas diz que não é criticada pelos
amigos da mãe. "Eles não concordam, mas também não me deixam de lado.
Acham que eu não preciso ser julgada e sim aconselhada e apoiada",
revelou.
Sobre o que a mãe dela
acha da situação, Rebeca ela conta que no início foi difícil, mas depois
a ela entendeu a atitude da filha: "Achava que seria muita crítica.
Passando um período, ela falou que tenho 18 e que sou responsável pelas
minhas atitudes", disse.
História
Nascida em Itapecerica
da Serra, no interior de São Paulo, a menina foi morar em Sapeaçu ainda
bebê. O pai dela era baiano e morreu sem conhecê-la. "Não tive nenhum
contato com meu pai, não o conheci. Logo quando eu nasci meus pais se
separaram". A jovem também perdeu uma irmã de 27 anos, que era surda e
muda, há dez anos.
Entre as atividades que
mais gosta, Rebeca gosta de cavalgar. "Adoro andar a cavalo. Nos finais
de semana, pego algum emprestado e vou montar. Fora isso, gosto de
conversar com minhas amigas, ficar no Facebook, assistir televisão,
essas coisas básicas de adolescentes", afirmou.
Oferta milionária
Até
agora, Rebeca diz que a maior proposta que recebeu foi de um empresário
de Salvador, que ofereceu R$ 70 mil par ter o primeiro "contato íntimo"
com ela. Essa é a expressão que a menina prefere usar para se referir à
primeira experiência sexual.
A garota pensava em ter
uma "primeira vez" especial, com algum namorado, alguém de quem
gostasse, porém a vontade de ajudar a mãe falou mais alto, conforme
conta. "Foi um meio. Tinha pensado de outro jeito. Fiz um vídeo para o
Big Brother [reality show da TV Globo], mas não consegui me inscrever",
revela a menina, que já teve "mais ou menos" seis namorados, mas nunca
relações sexuais.
A jovem paulista afirmou que recebeu outra oferta no valor de R$ 35 mil e também para desistir do leilão, mas não suspendeu o projeto pessoal para avaliar estas propostas, revelou em contato feito pelo G1 neste domigo (25).
Mas a maior oferta
aconteceu após "receber por e-mail uma proposta de R$ 6 milhões de um
estrangeiro", segundo o assessor de Rebeca, que não soube informar a
nacionalidade e a identidade do dono do lance. "Em Sapeaçu ela também
recebeu outras propostas, mas já havia desistido da ideia e não pensou
em aceitar nenhuma delas", acrescentou. O lance milionário foi feito
antes da desistência e ela avaliava a proposta.
Vizinhos
No bairro Adelaide
Menezes, Rebeca é o assunto da tarde. Inicialmente, apenas vizinhos,
cada um na porta de sua casa, esperam ansiosos pela aparição da virgem.
Aos poucos, o povaréu vai enchendo a rua, que também se enche de
cochichos.
“Se ela queria ajudar a
mãe, podia fazer outra coisa. Isso é safadeza”, comenta uma senhora, sem
se identificar. Já Ana Lúcia dos Santos, 43, que mora na casa defronte à
da jovem, vê de outra forma. “Primeiro achei errado, mas depois percebi
que ela quer ajudar a mãe mesmo. Vejo a dificuldade delas. Tem que
respeitar”.
No meio do alvoroço,
duas senhoras, também vizinhas de Rebeca, veem toda essa história por um
prisma, digamos, mais liberal. “É dela, ela dá pra quem quiser”, opina
Cláudia Amorim, 40. “Também acho”, emenda Vera Lúcia da Paixão, 43, para
arrematar: “E tem mais. Agora deve ter é um monte arrependida porque
deu de graça!”.
De repente, duas moedas de 25 centavos voam em direção à jovem de 18 anos que, metida numa apertada saia de cintura alta, tênis sneaker nos pés e olhar oculto por grandes óculos escuros de aro lilás, dá explicações sobre a decisão de leiloar a virgindade na internet: “Foi pelo dinheiro mesmo, mas eu queria ajudar minha mãe e garantir um futuro melhor pra gente”.
Apesar da "infeliz ideia
do leilão", como definiu o assessor da estudante, Rebeca pensa grande e
quer seguir carreira artística como cantora. Ainda segundo o assessor e
amigo, "o grande sonho dela é ser uma cantora do nível de Paulo
Fernandes, sua grande referência na MPB".
Mesmo com o insucesso no leilão, Marcos Matheus avalia que a ideia pode ter ajudado para divulgar o talento da cantora. "Apesar de muita gente ter criticado e feito ofensas, ela também conquistou muitos admiradores depois do vídeo", destaca.
Com informações do Expresso MT/Correio 24h/G1
Isto é muito triste.
Outra
coisa muito triste é viver em um país onde o sistema de saúde seja de
tal forma cruel que uma menina tenha de cogitar a prostituição para ter
acesso aos recursos necessários para dar tratamento digno a seus
familiares. Por estas e outras que, a cada dia, faço coro com certos
ministros do supremo e me torno a favor de penas alternativas para os
corruptos e corruptores do erário público. Só não sei se eles iriam
gostar das possibilidades que me ocorrem depois de ler esta notícia.
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