São Paulo – A
Comissão Nacional da Verdade fez a sua primeira reunião do grupo de
trabalho que vai investigar o papel das igrejas na ditadura militar.
Durante o encontro, especialistas e membros da comissão analisaram
estudos acadêmicos existentes sobre o tema. “Estamos fazendo um primeiro
balanço do estado da arte com especialistas e teremos que definir
prioridades, porque não podemos tratar de todos os temas que envolvem
essa questão”, apontou o professor Paulo Sérgio Pinheiro, coordenador do
grupo.
Entre os casos
que devem ser analisados está o do jornalista e ex-preso político
Anivaldo Pereira Padilha. Ele foi delatado, no início da década de 1970,
pelo pastor e pelo bispo da igreja da qual fazia parte. “Fui denunciado
por minha atuação dentro da própria igreja. Na época, ocupava os cargos
de diretor do Departamento Nacional de Juventude e editor de uma
revista da igreja dirigida a esse público”, explicou. Padilha foi
torturado e exilado, tendo retornado ao Brasil somente após a Lei de
Anistia, em 1979.
A criação do
grupo foi proposta pela sociedade civil em audiências públicas
promovidas pela comissão, informou a assessoria de imprensa do órgão.
“As igrejas são instituições da maior relevância na sociedade e é
evidente que, ao lado das Forças Armadas, do empresariado, dos
organismos do Estado, ela deve ser investigada”, reforçou Paulo Sérgio
Pinheiro. Ele ressaltou que serão igualmente analisados fatos ligados à
colaboração das igrejas ao regime e também relacionados à resistência.
“É importante
resgatar essa memória para compreender melhor o presente e o futuro e
para que essas instituições deem conta do quão nefasto isso foi para a
sociedade brasileira em termos de atraso para a construção de uma
sociedade democrática. O não esclarecimento desses crimes contribui para
que a tortura continue a existir na sociedade brasileira”, avaliou
Anivaldo Padilha.
A comissão
ouvirá testemunhas e irá analisar documentos nos próximos meses. O
material servirá de base para um relatório, com primeira versão prevista
para janeiro de 2013. “Não vamos privilegiar nenhuma igreja. Isso vai
ser mapeado pela documentação e pelos casos que nós vamos levantar”,
disse o coordenador.
A comissão é
formada por pesquisadores que estudam diversas igrejas, como a
metodista, presbiteriana, luterana, batista e Católica.
Para Anivaldo
Padilha, que atualmente é líder ecumênico metodista, alguns setores das
igrejas não devem reagir bem às investigações, mas descarta empecilhos
às pesquisas. “Setores mais conservadores ou que são remanescentes de
grupos que apoiaram a ditadura, esses setores não vão estar muito
contentes”, avaliou.
O coordenador do grupo, no entanto, destaca que não houve manifestação formal de nenhum grupo religioso.
Vai feder muito! Boanerges vai se revirar no túmulo, Tognini engolirá a dentadura e cairá da cadeira de balanço e a turma do Olavo de Carvalho e do Julio Severo vão dar piti no "Reacionário Sem Máscara" até 2014! Vou catar o meu chimarrão que estes assuntos da "gloriosa" pedem um mate quente! DJ, toca ai Sabor de Mel! Risos!
Agência BRASIL
Camila Maciel
Camila Maciel
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