Israel e Hamas chegam a acordo de cessar-fogo, anunciam EUA e Egito
Pacto é anunciado por chanceler egípcio ao lado da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, após explosão em ônibus de Tel Aviv deixar 21 feridos
Israel e o movimento islâmico Hamas, que detém o controle
da Faixa de Gaza desde 2007, chegaram a um acordo de cessar-fogo para
pôr fim à semana de violência que deixou mais de 140 palestinos e cinco
israelenses mortos.
O ministro de Relações Exteriores egípcio,
Mohammed Kamel Amr, disse que o cessar-fogo entrará em vigor às 21 horas
locais (17h em Brasília). "Esses esforços (diplomáticos) resultaram em
entendimentos para cessar o fogo, restaurar a calma e acabar com o
derramamento de sangue dos últimos tempos", disse o chanceler.
Ele fez o anúncio do lado da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton
, que foi enviada à região
pelo presidente Barack Obama na terça-feira para juntar-se aos esforços
para conter uma escalada do conflito. Expectativas similares na
terça-feira não chegaram a produzir um acordo
.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro de Israel,
Benjamin Netanyahu, confirmou o acordo, dizendo que concordou com ele
depois de consultas com Obama. "(Netanyahu) falou rapidamente com o
presidente Barack Obama e concordou com sua recomendação de dar uma
chance à proposta de cessar-fogo egípcia, e dessa forma fornece uma
oportunidade para estabilizar a situação e acalmá-la antes que mais
ações fortes sejam necessárias", disse em notao governo israelense.
A Casa Branca afirmou que Obama elogiou Netanyahu por
aceitar o acordo. "O presidente expressou sua estima pelos esforços do
primeiro-ministro em trabalhar com o novo governo egípcio para alcançar
um cessar-fogo sustentável e uma solução mais duradoura para esse
problema."
A Casa Branca acrescentou que Obama reiterou seu
compromisso com a segurança de Israel e também disse que ele está
comprometido em buscar fundos para programas conjuntos de defesa de
mísseis.
Na coletiva no Cairo, Hillary afirmou que o cessar-fogo
aconteceu em um momento crucial para países no Oriente Médio. "Esse é um
momento crítico para a região. O novo governo do Egito está assumindo a
responsabilidade e a liderança que há muito tem feito desse país uma
pedra angular para a estabilidade regional e a paz", disse.
A chanceler americana também agradeceu o presidente do
Egito, Mohammed Morsi, por seus esforços de mediação e prometeu
trabalhar com parceiros na região "para consolidar esse progresso,
melhorar as condições para o povo de Gaza, fornecer segurança para o
povo de Israel".
O anúncio do pacto foi feito no mesmo dia em que uma bomba explodiu em um ônibus na cidade israelense de Tel Aviv
, deixando 21 feridos. Ao menos 11 foram mortos em Gaza nesta quarta-feira.
O ônibus explodiu por volta de 12h (horário local) em uma
das regiões mais movimentadas da cidade, perto de um museu e da entrada
do Kirya, o quartel-general do Departamento de Defesa do país. Os
vidros das janelas do veículo explodiram, deixando cacos espalhados pelo
asfalto.
Testemunhas disseram que poucos passageiros estavam no
ônibus no momento da explosão. De acordo com o porta-voz da polícia,
Micky Rosenfeld, as autoridades estão investigando se a bomba fora
plantada no ônibus ou se o ataque foi suicida. "Acreditamos se tratar de
um atentado terrorista", disse Rosenfeld.
A última explosão similar em Tel Aviv aconteceu em abril
de 2006, quando um suicida palestino deixou ao menos 11 mortos em uma
banca de sanduíches perto do terminal central de ônibus.
Esforços diplomáticos
O envio de Hillary ao Oriente Médio marcou o envolvimento
mais forte dos EUA no conflito. Apesar de o governo americano ter
apoiado o direito de defesa de Israel, o governo Obama alertou seu aliado
contra engajar-se em uma invasão terrestre que aumentaria ainda mais a violência.
Nesta quarta, Hillary manteve encontros com Netanyahu,
com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas,
em Ramallah (Cisjordânia) e com autoridades no Cairo, onde os esforços
para um acordo eram realizados havia dias.
http://ultimosegundo.ig.com.br > com*BBC, AP e Reuters
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