“Ser insensível ao sofrimento das pessoas não é atitude cristã”, afirma teólogo Jung Mo Sung.
outubro 30, 2012
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O teólogo sul-coreano Jung Mo Sung, doutor em ciências da religião e católico, mas com livre trânsito entre lideranças evangélicas, tradicionais e pentecostais, devido ao seu amplo conhecimento acadêmico a respeito do cristianismo, afirmou em entrevista à revista Cristianismo Hoje que pesa sobre os cristãos da atualidade a responsabilidade de protagonizar iniciativas que reduzam as desigualdades sociais.
Jung Mo Sung acredita que a origem das injustiças é a natureza humana, e pontua que tais injustiças são oriundas do livre arbítrio: “É mentira colocar sobre os ombros do Senhor a responsabilidade pela pobreza e pelas injustiças, e não sobre o pecado. Deus nos criou como seres livres, e como tais, somos produtores da pobreza e da injustiça”.
Falando sobre teologia da libertação, amplamente difundida nas fileiras católicas, e da teologia da missão integral, mais presente no meio protestante, Sung afirma que ambas podem contribuir pela construção de um mundo mais justo: “Deus não é indiferente aos sofrimentos dos pobres e dos injustiçados. A consequência social dessa visão teológica é que o cristianismo ainda tem ou pode ter um papel social importante no mundo”.
Para o teólogo, a teologia da missão integral, que prega a divulgação do evangelho aliada à prática de ações sociais que traduzam a mensagem em contribuições concretas aos necessitados, é uma importante ferramenta: “Para muitos grupos, a prioridade das Escrituras ficou reduzida ao anúncio sem, podemos dizer, uma ação concreta que desse consistência à afirmação de que Jesus é o Senhor. A teologia da missão integral tentou superar essa dicotomia fazendo uma equação simples – a Palavra de Deus mais a ação social”, pontua.
De forma enfática, Jung Mo Sung afirma que não estar atento às necessidades das pessoas ao redor é incoerente com a mensagem bíblica: “Se Deus não é indiferente, ser indiferente ou insensível aos sofrimentos das pessoas pobres ou vulneráveis não é atitude compatível com o cristianismo [...]Essa é a convicção de que não se pode viver a fé cristã sem se encarnar no mundo, na luta contra as injustiças e mentiras que matam!”.
Numa forte crítica à teologia da prosperidade, Sung afirma que “identificar as bênçãos com a riqueza é critério mundano”, e dispara contra líderes que promovem essa doutrina: “É por isso que pastores e bispos se vangloriam da sua riqueza e da posse de bens de luxo, como aviões particulares”
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