O colunista de O Estado de São Paulo
José Roberto de Toledo escreveu um texto em que avaliou que o apoio do
pastor da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia
prejudicou a imagem do candidato à prefeitura de São Paulo José Serra
(PSDB).
Aliado de peso do meio evangélico ao
candidato tucano, Malafaia vem proferindo seguidos ataques a Fernando
Haddad do PT por conta do kit anti-homofobia, conhecido como kit gay.
Ele acusa Haddad, enquanto ministro da Educação, de ter criado o
material que serviria para “ensinar a ser gay nas escolas”, segundo o
líder religioso.
“Por ora houve um efeito ‘Malufaia’. (…)
os disparos contra o kit anti-homofobia parecem ter saído pela culatra,
como ocorreu com o apoio de Paulo Maluf (PP) a Haddad no primeiro
turno”, escreveu Toledo.
As últimas pesquisas eleitorais do Ibope
apontam queda da intenção de voto em relação a Serra justamente entre
os evangélicos, de 37% para 28%. Os números das pesquisas com relação a
Haddad pouco oscilou: de 50% para 52%. O dado mais palpável foi o
crescimento do voto nulo ou em branco nessa parcela do eleitorado: de 7%
para 13%.
Segundo o pesquisador e jornalista
Johnny Bernardo, Malafaia possui uma estratégia pré-definida ao
manifestar seu apoio a Serra. A intenção do líder religioso seria
consolidar sua influência no movimento evangélico brasileiro e se
apresentar como uma alternativa aos neopentecostais como Edir Macedo e Marco Feliciano.
“A oposição ao PT e a crescente onda
homossexual tem objetivos puramente estratégicos, dado o fato de que,
assim como na Igreja Universal em relação ao comunismo, o
homossexualismo apresenta-se hoje como um dos maiores inimigos dos
evangélicos – as severas críticas dirigidas por lideranças gays às
igrejas evangélicas são uns dos indicativos”, diz Bernardo em seu artigo
Silas Malafaia: salvador ou estrategista?
Campanha negativa
Segundo Toledo, umas das possíveis
explicações para o recuo na intenção de voto em Serra é que o eleitor
reage mal a campanhas negativas, “especialmente quando elas extrapolam o
limite tênue entre a crítica legítima e a manipulação”. O eleitor
estaria cansado da exploração do assunto “kit gay” e estaria se voltando
contra o próprio Serra.
O colunista acredita que a campanha
negativa irá continuar e trocar o tema “kit gay” por outros temas na
pauta negativa. “Serra não precisa convencer eleitores de que ele é o
melhor candidato, mas sim que Haddad é uma alternativa pior”.
A indecisão na intenção de voto e o
aumento dos votos brancos e nulos pode levar a definição por parte dos
eleitores para os dias próximos à data da votação do segundo turno: 28
de outubro.
Fonte: Gospel Mais | Divulgação: Midia Gospel