Geralmente as pessoas associam a iniqüidade ao pecado. Mas é mais do que isso. É desobedecer, de propósito e por livre escolha, o que Deus determina. É errar conscientemente, desobedecendo as leis do Senhor. Desprezando-as, esquecendo-se das palavras dEle.
Desenvolver um caráter iníquo é quando a pessoa está tão acostumada ao pecado que não têm mais vergonha de cometê-lo. O pecado passa a ser natural na vida.
A Bíblia diz que, quando a iniquidade chega, o coração do homem está tão endurecido que não se envergonha mais do pecado. Ele não reconhece nem que uma determinada ação é pecado. É o esfriamento do amor e a distância dos princípios divinos.
Jesus mesmo alertou sobre a questão. Está registrado no livro de Mateus 24:12. No princípio do fim, a iniqüidade aumentaria e o amor esfriaria. Jesus proferiu essas palavras para Seus discípulos quando estava sentado no monte das Oliveiras.
A narrativa é um entrelaçamento do anúncio da queda da cidade de Jerusalém (que foi destruída pelo exército romano, comandado pelo imperador Tito, em 70 d.C.) com a profecia da volta de Jesus que culminará com o fim deste mundo como hoje se conhece.
Depois da ilustração do Novo Testamento, cabe voltar ao Antigo Testamento e ver como Davi é outro bom exemplo de um rei que praticou a iniqüidade. No Salmo 51:2, ele faz uma confissão ao arrepender-se de ter enviado Urias, o heteu, à guerra – na linha de frente do exército - para que fosse morto e, assim, o caminho ficasse livre para possuir a esposa deste, que se chamava Bate-Seba. O rei clama a Deus: “Lava-se da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado”. Já no versículo 5, Davi afirmou que foi formado em iniquidade e em pecado a sua mãe o concebeu.
Essa oração está interligada à história narrada no livro de 2 Samuel 12.
Deus envia Natã para conversar com o rei Davi sobre o pecado que cometera ao ter relações sexuais ilícitas com Bate-Seba, depois que seu marido foi enviado à guerra, colocado na linha de frente para morrer. Tudo por ordem e trama de Davi.
Natã repreendeu o rei afirmando que fizera “mau perante Deus”, “desprezando a palavra”. Davi, caindo em si, reconhece que “pecou contra o Senhor”. A consequência desse pecado? Deus o perdoou, mas o filho que a mulher estava esperando nasceria morto. Apesar de Davi ter orado e jejuado pedindo a Deus misericórdia para que a criança vivesse, o pedido não foi acatado. A Bíblia diz que o bebê morreu. Posteriormente, o rei teve um filho com Bate-Seba cujo nome foi Salomão.
Mudar de rumo – Arrependimento, confissão e mudança de atitude. Esse é o caminho para uma vida que escolhe estar de acordo com os princípios divinos. Essa foi a decisão de Luciana Vilela Moura, nome fictício, pois não quer se identificar, 39 anos, professora, membro da Batista Central. Ela deu o primeiro passo na tentativa de abandonar a iniquidade.
Pensando em desarraigar do espírito a antiga maneira pecaminosa de viver, disse não para um relacionamento de seis anos com um rapaz que nunca teve a intenção de levá-la a sério. Nem namoro o casal teve. Somente “ficaram”, como é a linguagem e o comportamento dos jovens atuais, mesmo tendo recebido de Deus a orientação de que era melhor abrir mão. “Não tinha a atenção dele, nem o amor. Era uma falta de compromisso e de cumprir os princípios do Senhor. Isso gerava em mim muita dor e tristeza, pois me afastava do Senhor. É verdade quando a Bíblia diz que o pecado nos afasta de Deus. A decisão de romper foi difícil e ainda está sendo. Dói a solidão, mas é melhor obedecer a Deus. Relacionamento, para Deus, é de acordo com Seus princípios. Tudo dando certo, parte-se para o casamento. Mas, no meu caso, o melhor foi o ponto final pois ele não é a pessoa certa para a minha vida”, disse Luciana.
Ele também escolheu o caminho do erro. Longe da igreja, Lucas Paiva, nome fictício, 40 anos, escolheu a companhia dos amigos e, por 15 anos, teve experiências amargas com as drogas.
Ele conta que sabia que estava destruindo-se, algumas vezes sentia dor na consciência, tinha certeza que estava fazendo a família sofrer, mas sempre voltava ao uso das drogas porque andava em iniqüidade. “Quando a gente entra nas drogas é para ficar e se divertir junto com o grupo. Inicialmente, o uso é sem exagero. Do meio para o final, é pelo hábito. Eu sabia que estava errado, mas entre o bem e o mal, ganhava sempre o segundo porque eu estava em uma vida de pecado”, confessou Lucas.
Hoje, depois que se reconciliou com o amor de Deus, entende que deixou a iniqüidade e o pecado não o domina mais. “Apesar de errarmos, não vivemos no pecado. Ele é uma exceção nas nossas vidas porque os princípios de Deus são a regra mais importante. Quando estamos em Cristo, Ele ganha do pecado. Por isso conseguimos abandonar as práticas que desagradam-nO”, disse.
Fonte: Igreja Batista Central de Brasília