Pais autoritários têm mais filhos delinquentes

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De acordo com uma pesquisa recente, produzida pela Universidade de New Hampshire, os pais autoritários que educam os filhos com a máxima “é do meu jeito ou a porta da rua é serventia da casa” são mais propensos a terem filhos delinquentes, que os desrespeitem e não os veem como uma autoridade legítima, do que os pais-autoridade (ou confiáveis) que praticam o hábito de escutar os filhos e acabam ganhando respeito e confiança.
O chefe da pesquisa, Dr. Rick Trinkner, afirma que quando as crianças consideram os pais figuras de autoridades, elas confiam neles e sentem-se na obrigação de fazer aquilo que lhes foi pedido. Para Trinkner, trata-se de um importante atributo para qualquer figura de autoridade, especialmente os pais, porque não os deixa dependentes de um sistema de recompensas e punições, já que as crianças ficam mais propensas a seguir as regras estabelecidas mesmo na ausência dos pais.
Esse é o primeiro estudo que avalia como o estilo de criação pode influenciar os adolescentes a acreditarem na legitimidade e autoridade dos pais, e como essas percepções podem levar ao mau comportamento.
Os pesquisadores se basearam em dados do estudo sobre a juventude de New Hampshire, um questionário aplicado aos estudantes do ensino médio regular e a distância, e examinaram os fatores legais, psicológicos, sociológicos e de desenvolvimento que influenciam a delinquência juvenil. As análises relatadas são baseadas em dados recolhidos ao longo de um período de 18 meses, com início em 2007.
De acordo com Trinkner, embora seja consensual que a autoridade paternal é mais eficaz que estilos ditatoriais ou permissivos, pouco se sabe sobre o porquê uma forma de criar os filhos é mais eficiente que a outra. Os resultados da pesquisa mostraram que a legitimidade dos pais é um importante mecanismo da criação dos filhos e que pode afetar o comportamento dos adolescentes.
Os pesquisadores encontraram três estilos de pais diferentes: os autoritários, os confiáveis e os permissivos.
Pais confiáveis são exigentes e controladores, mas também são acolhedores e receptivos as necessidades dos filhos. São abertos ao diálogo e explicam aos filhos o porquê de estabelecerem regras, além de também escutarem a opinião das crianças sobre as regras. Filhos de pais confiáveis tendem a ser controlados, autossuficientes e satisfeitos.
Por outro lado, os pais autoritários são exigentes e altamente controladores, entretanto, não são receptivos e não correspondem as necessidades dos filhos. Esses pais são unilaterais e não há diálogo, além disso, estabelecem regras sem conversar com as crianças e esperam que elas obedeçam sem contestar as determinações. Pais autoritários criam filhos insatisfeitos, desconfiados e retraídos.
Finalmente, em contraste com os pais autoritários, os pais permissivos não supervisionam e nem exigem dos filhos. Eles tendem a ser acolhedores e receptivos às necessidades dos filhos, porém, não colocam limites para as crianças. Mesmo quando estabelecem regras, raras vezes procuram aplicá-las e cobrá-las. Estes pais tendem a criar filhos pouco controlados, não tão independentes e preguiçosos.
O chefe da pesquisa conta que o estilo com o qual os pais criam os filhos tem influência direta em como os filhos percebem os pais como figuras de legitimidade. Os adolescentes que veem nos pais pessoas confiáveis estão menos predispostos a terem comportamentos delinquentes. Dessa forma, os pais confiáveis podem criar os filhos de uma maneira mais eficaz do que os outros tipos de pais, porque este estilo torna os adolescentes mais dispostos a aceitar as regras estabelecidas em casa e serem mais sociáveis.
Por outro lado, os pais autoritários têm o efeito oposto e acabam reduzindo a probabilidade dos filhos perceberem a autoridade como legítima. Filhos adolescentes de pais autoritários são mais propensos a resistir às regras sociais.
Já em relação aos filhos de pais permissivos, que eram menos propensos a respeitar seus pais como figuras de autoridade, os pesquisadores descobriram que esses eram nem mais nem menos predispostos a ter um comportamento delinquente.
De acordo com os pesquisadores, os resultados do estudo mostram que o uso da autoridade pelos pais confiáveis é uma técnica de controle legítima na criação dos filhos. Além disso, os pais são mais propensos a serem vistos como autoridades legítimas se utilizam práticas características de pais confiáveis ao invés de práticas autoritárias ou permissivas, que tendem a minar a sua autoridade.
Os dados da pesquisa fornecem mais evidências de que a autoridade dos pais confiáveis é uma forma eficaz para socializar os filhos e que a influência da criação funciona, em grande parte, por meio de seu efeito sobre a percepção que os jovens têm em relação a legitimidade da autoridade dos pais. [ScienceDaily, Foto

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