Em certa cidade vivia uma pobre senhora, já curvada ao peso dos anos e abatida pela solidão.
Uma noite, sentada no seu quarto e, como sempre, muito só, ela via desfilar em sua mente as cenas que retratavam os seus momentos mais difíceis.
Primeiro, a perda do marido, que perecera quando do torpedeamento do navio petroleiro em que trabalhava, na época da guerra. O golpe fora penoso, especialmente para ela que esperava o seu primeiro filho.
Desse modo, procurou consolo no rebento que chegaria, na certeza de que ele amenizaria as saudades do esposo que partira.
Contudo, apesar dessa busca de sublimação, a pobre mulher chorava muito e comia pouco. O sono lhe fugiu e ela ficou fraca, esgotada e desnutrida.
Chegada a hora do nascimento do bebê, ela ficou sabendo que chegaram gêmeos, dois meninos. Porém, o estado precário da saúde da mãe também os enfraqueceu e eles não sobreviveram. Assim, ela retornou só para a casa vazia.
Agora, com o coração dilacerado pela angústia e pelos sofrimentos sucessivos, ela não se conformava e se revoltava até contra os desígnios de Deus, a quem acusava por haver ceifado também a vida dos gêmeos. Mergulhada nessas tristes reminiscências, ela dormiu e sonhou:
Seguia em direção à igreja. Era grande o movimento. Uma multidão seguia para ver o julgamento dos condenados e ela os acompanhou.
Acomodou-se ao lado de uma senhora idosa. Depois da fala dos juizes, vieram as sentenças, execuções de acordo com a lei.
De repente, a companheira falou: “Olha para o fundo da praça e lá verá os teus gêmeos já homens. Ansiosa, ela olhou e os viu caminhando em direção à guilhotina”.
Foi aí que a companheira acrescentou em tom de advertência: “Vê o que lhes teria acontecido, se Deus permitisse que eles vivessem? Mas na sua sabedoria ele os levou para si, na sua inocência”.
Despertada do sono, a pobre mulher se viu tomada de remorso e arrependimento, por haver tantas vezes blasfemado contra as determinações do Senhor e naquele momento agradeceu-o, por lhe haver sacudido através de um sonho.
Deu-lhe graças pelas experiências e pediu perdão, porque, na sua cegueira e no egoísmo do seu amor materno, agravados pela solidão, ela não conseguia compreender a sua vontade e os seus motivos sempre mais altos.
Uma noite, sentada no seu quarto e, como sempre, muito só, ela via desfilar em sua mente as cenas que retratavam os seus momentos mais difíceis.
Primeiro, a perda do marido, que perecera quando do torpedeamento do navio petroleiro em que trabalhava, na época da guerra. O golpe fora penoso, especialmente para ela que esperava o seu primeiro filho.
Desse modo, procurou consolo no rebento que chegaria, na certeza de que ele amenizaria as saudades do esposo que partira.
Contudo, apesar dessa busca de sublimação, a pobre mulher chorava muito e comia pouco. O sono lhe fugiu e ela ficou fraca, esgotada e desnutrida.
Chegada a hora do nascimento do bebê, ela ficou sabendo que chegaram gêmeos, dois meninos. Porém, o estado precário da saúde da mãe também os enfraqueceu e eles não sobreviveram. Assim, ela retornou só para a casa vazia.
Agora, com o coração dilacerado pela angústia e pelos sofrimentos sucessivos, ela não se conformava e se revoltava até contra os desígnios de Deus, a quem acusava por haver ceifado também a vida dos gêmeos. Mergulhada nessas tristes reminiscências, ela dormiu e sonhou:
Seguia em direção à igreja. Era grande o movimento. Uma multidão seguia para ver o julgamento dos condenados e ela os acompanhou.
Acomodou-se ao lado de uma senhora idosa. Depois da fala dos juizes, vieram as sentenças, execuções de acordo com a lei.
De repente, a companheira falou: “Olha para o fundo da praça e lá verá os teus gêmeos já homens. Ansiosa, ela olhou e os viu caminhando em direção à guilhotina”.
Foi aí que a companheira acrescentou em tom de advertência: “Vê o que lhes teria acontecido, se Deus permitisse que eles vivessem? Mas na sua sabedoria ele os levou para si, na sua inocência”.
Despertada do sono, a pobre mulher se viu tomada de remorso e arrependimento, por haver tantas vezes blasfemado contra as determinações do Senhor e naquele momento agradeceu-o, por lhe haver sacudido através de um sonho.
Deu-lhe graças pelas experiências e pediu perdão, porque, na sua cegueira e no egoísmo do seu amor materno, agravados pela solidão, ela não conseguia compreender a sua vontade e os seus motivos sempre mais altos.