E vão mudá-lo de forma radical e para sempre. De que são capazes as
quimeras dos laboratórios científicos e serão realmente uma ameaça
séria?
Porque é que os cientistas se ingerem no código genético de seres vivos e
o modificam? O zoólogo Dmitri Isonkin compartilha a sua opinião com a
Voz da Rússia:
“Pode haver várias respostas. Primeira, por interesse de investigação
científica para compreender de que modo ocorre a formação de embriões e
de células e se é possível juntar dois códigos genéticos diferentes sem
provocar rejeição. Segunda, um aspecto médico importante. Os cientistas
procuram formas de curar as doenças até agora incuráveis, com a ajuda de
um DNA estranho de outro organismo que resiste a esse mal. Terceira,
isso pode ser uma iniciativa comercial vantajosa no futuro, pois é
sabido que, hoje, no corpo dos animais cultivam órgãos doados muito
caros.”
Foto: en.wikipedia.org
Porém, tal como no caso de produtos geneticamente modificados,
organismos vivos modificados podem constituir uma ameaça considerável.
Todas as experiências realizadas em engenharia genética devem ser
sujeitos a longos testes, para se compreender como, no fim de contas,
irá se comportar o organismo vivo. E se a maioria das experiências se
realiza atualmente em ratos de laboratório, cuja longevidade é
extremamente pequena e pode-se acompanhar as mudanças qualitativas no
seu organismo durante várias gerações, é muito difícil fazer isso com
animais grandes e muito mais com pessoas.
Segundo a lei, todos os híbridos-quimeras devem ser destruídos num prazo
de duas semanas, mas como compreender a forma como os genes mistos
influem nas gerações seguintes? Significa que o governo proíbe a
realização de estudos mais profundos de hibridação de pessoas e animais.
Mas isso acontece, muito frequentemente, apenas no papel. E na
realidade?
Foto: webneel.com
Pode-se apenas supor como agem os laboratórios secretos, mas sem dúvida
que, se eles criam um ser híbrido, dificilmente o destruirão numa idade
tão pequena: o mais interessante começa precisamente no período do
amadurecimento sexual, quando as caraterísticas qualitativas do
organismo passam a outro nível e pode-se acompanhar como o gene se irá
comportar quando adulto, bem como quando se cruza um híbrido adulto com
outro.
As experiências de quimerização de pessoas e animais têm, no fundo, um
caráter ilegal como a clonagem de pessoas. Estes “jogos de Deus”, com
vista à criação artificial de uma nova vida, poderão levar-nos muito
longe. Por exemplo, relativamente há pouco tempo, a revista Cell
Research, publicada pelo Instituto de Biologia Celular e pela Academia
das Ciências da China, noticiou a realização de uma experiência com
êxito de cruzamento de um homem com uma lebre. Para a realização do
planejado, os cientistas chineses libertaram as células de uma lebre do
seu DNA e, depois, injetaram DNA humano. Como resultado, foram obtidos
cerca de 400 embriões, dos quais foram extraídas células estaminais para
posteriores experiências, e os híbridos foram destruídos.
Posteriormente, os cientistas planejam criar uma série de novos híbridos
na base de DNA humano e de outros animais.
Foto: webneel.com
Não se compreende que criação saíra daí. Também não se compreende
durante quanto tempo se manterá a proibição de semelhantes manipulações
com o código genético de seres vivos. Porque se por um instante se
imaginar que as experiências serão legalizadas, tanto como as quimeras, o
nosso mundo, na realidade, mudará completamente. E vocês irão para o
trabalho rodeados de homens-porcos, homens-bodes e homens-burros? Então,
será agradável recordar os bons velhos tempos.
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