O missionário jesuíta, Francisco Jalics, membro da ordem religiosa sequestrado junto com um colega pela junta militar argentina nos anos 70, se disse em paz com o Sumo Pontífice, depois dos questionamentos feitos à atitude do Papa em relação a esse fato, indicou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira.
O padre Francisco Jalics, de origem húngara e que foi viver no sul da
Alemanha nos anos 1980, lembra, neste texto divulgado no site da ordem
jesuíta na Alemanha, seus anos na Argentina e seu sequestro junto com
Orlando Yorio, um outro membro da ordem, hoje falecido.
"Não posso me pronunciar sobre o papel do padre Bergoglio (futuro papa Francisco, nr) nesses sequestros", afirma o padre.
Ele indica, entretanto: "Deixei a Argentina após a nossa libertação.
Depois, tivemos a oportunidade de discutir os fatos com o padre
Bergoglio, que nesse meio-tempo se tornou arcebispo de Buenos Aires."
"Nós celebramos juntos uma missa pública. Estou em paz com o que
aconteceu e considero a história encerrada", declara, acrescentando:
"Desejo que o papa Francisco receba as bênçãos divinas no exercício de
sua missão."
Os críticos de Jorge Bergoglio suspeitam que esteja envolvido no
sequestro dos missionários jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics,
capturados em 23 de março de 1976 e depois torturados em um centro de
detenção conhecido por sua crueldade, a Escola de Mecânica da Marinha
(ESMA), antes de ser libertados cinco meses mais tarde.
O prelado argentino dirigia na época a ordem dos jesuítas da Argentina.
O Vaticano rejeitou com firmeza nesta sexta as acusações de conivência
com a junta militar argentina feitas contra o papa Francisco,
considerando-as "caluniosas e difamatórias".
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