Por que é conveniente para elite politica a alienação da massa

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Outro dia postei na coluna “Tira Gosto” a frase: “… assim como Cidade Limpa é a que em que menos se varre, Cidade Segura é a em que menos se prende” e um leitor me perguntou se eu estava subestimando o trabalho da polícia. E o caso é justamente o contrário, a polícia é obrigada a se desdobrar para consertar os erros de seus superiores (e não só da área de segurança) que ficam confortavelmente instalados em seus gabinetes e depois ainda tem o desplante de posar de heróis diante das câmaras de TV pelo serviço prestado por seus subordinados na pauleira do dia a dia das ruas.
É um grande erro supor que se não houver mais bandidos a polícia deixará de ter serventia – vejam o exemplo da Inglaterra em que os policiais sequer andam armados nas suas rondas de rotina. A diminuição da bandidagem faz com que os policiais se arrisquem menos, sejam mais respeitados, valorizados e bem preparados para uma contingência excepcional.
O que ocorre por aqui é justamente o contrário, existe uma verdadeira indústria estatal que fabrica “bandidos” meia boca – tal como aqueles produtos comprados em camelô; e descartáveis. Prendeu ou matou um, tem mais uma dúzia para tomar o seu lugar; fazendo com que os policiais se tornem verdadeiros lixeiros e até catadores de dejetos. E o que teriam nossas “otoridades” e suas “insolenças” a ganhar com isto? Perguntar-me-ão os leitores. “Dinheiro e Poder” – lhes respondo eu!
Mais bandidos significa, mais policiais, mais juízes, mais advogados, mais salários, mais armamentos, mais penitenciárias e toda a infraestrutura policial e judiciária… Ou resumindo: justifica um maior orçamento pago com nossos cada vez mais escorchantes impostos. Este é o lado “Dinheiro”, e quanto mais dinheiro mais e maiores são as possibilidades de desvios de verbas.
O lado “Poder” é um apêndice do lado “Dinheiro”, em lugares com muita violência a população se sente ameaçada e por isso se torna mais dependente do poder público, e menos afeita a questionar os valores financeiros envolvidos nesta aparente segurança proporcionada pelos senhores da situação, e assim o “Poder” impede a maioria de questionar, e a minoria pensante e questionadora de ameaçar o “status quo” vigente.
Esta produção em série de bandidos e que gera toda a cadeia de conseqüências acima, logicamente não surge do nada. Mesmo uma indústria de fundo de quintal lá nos confins da Ásia precisa de um item fundamental para confeccionar seus produtos: Matéria Prima.
No caso presente temos não só matéria prima abundante e de uma fonte inexaurível, como sua manutenção e extração é grátis e não requer nenhum esforço por parte dos produtores para obtê-la, basta não fazer nada! Nada? Como assim “nada”? É isso mesmo NADA!Aliás, se o produtor fizer alguma coisa, qualquer coisa, para tentar aumentar ou melhorar a colheita, está fadado à perda total da safra.
Está bem, basta de mistérios, se é que a esta altura os leitores ainda tenham dúvida sobre “do que” se trata… Nossa “maravilhosa” matéria prima é a: MENTE OCIOSA!
Qualquer pessoa (e até animais) que não tenha a mente ocupada por alguma coisa produtiva – alimentação, estudo, trabalho, família, amigos, saúde, ambiente, e etc; fica com um vácuo na cabeça e como um cérebro não consegue sobreviver sem conteúdo, qualquer que seja ele, trata de criar um conteúdo para preencher o vazio… E a “mente ociosa” inventa um jeito de sacanear os mais próximos: família, vizinhos e vai ampliando o leque de sacanagens e de sacaneados, e vai sofisticando (mas não muito por que lhe falta infraestrutura e conhecimentos para tal) até se tornar um produto pronto para ser lançado ao mercado, e dar aos seus produtores os resultados esperados: “Dinheiro e Poder”. O resto é conseqüência.
Como diziam nossos avós: “MENTE OCIOSA É OFICINA DO CAPETA”

Beth Michel
Escritora e Investigadora

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