245 jovens não voltaram para suas casas nessa noite, nem voltarão. 245 cadeiras não serão ocupadas nas mesas do almoço de domingo. 245 camas ficarão vazias essa noite. 245 futuros. 245 sonhos. 245 amores. 245 filhos. 245 jovens é vida demais, que virou vida de menos.

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Foto: Rafael Happke / Futura Press

Acordo mais tarde um pouco aos domingos. Foi assim hoje.
Abri a janela e vi o dia escuro, cinza e chuvoso.

Não imaginava que ele era a expressão do coração de nosso Pai e de outros tantos pais, mães, irmãos e amigos que derramavam suas lágrimas doídas por seus jovens, "adormecidos" em Santa Maria.

Liguei a TV e vi a notícia.
Parei, chocado, atônito com tamanha tragédia.

Corri para a internet e vi vídeos e fotos de jovens praticamente intactos, caídos sem vida, arrumados, deitados como quem dorme, mas dorme o sono profundo da morte.

Meu Deus. Que domingo triste.

Pais e mães e irmãos e amigos derramarão suas primeiras lágrimas de um lamento de alma que se extenderá para sempre em suas histórias e será lembrada na história de nosso país como a tragédia que silenciou num só dia as vozes 245 jovens.

Quando algúem morre sem "precisar" morrer, todos nós morremos um pouco.

245 jovens não voltaram para suas casas nessa noite, nem voltarão.
245 cadeiras não serão ocupadas nas mesas do almoço de domingo.
245 camas ficarão vazias essa noite.
245 futuros.
245 sonhos.
245 amores.
245 filhos.
245 jovens é vida demais, que virou vida de menos.

E um sem número de pessoas chora, grita, pergunta, lamenta e silencia.

Senhor, misericórdia...


Fabrício Cunha




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