Rumores de guerras: Com tensão em Gaza, Israel autoriza convocação de 30 mil reservistas

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O Ministério da Defesa de Israel autorizou nesta quinta-feira (15) a convocação de 30 mil reservistas, por conta do aumento da tensão com o Hamas no território palestino da Faixa de Gaza. Pelo menos 10 pessoas morreram em bombardeios de lado a lado na região nesta quinta.

"Estamos em um processo de expansão da campanha", disse um porta-voz do ministério, acrescentando que o grupo pode ser mobilizado "imediatamente".

Depois "determinaremos quantos deles serão chamados", disse. "Todas as opções estão sobre a mesa.".

Nesta quinta-feira à tarde, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que Israel "continuará realizando as ações necessárias para defender sua população".

Tel Aviv:

Mais cedo, um foguete disparado da Faixa de Gaza atingiu a região de Tel Aviv, maior cidade de Israel.

A rádio militar israelense havia informado que o foguete tinha caído na cidade, mas depois o exército negou, e fontes disseram que ele caiu no Mar Mediterrâneo.

Sirenes fizeram os moradores procurar abrigo no centro comercial da cidade, em pânico, e um estrondo foi ouvido.

O braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al-Qods, afirmou em um comunicado que havia bombardeado Tel Aviv "com um foguete Fajr 5", de fabricação iraniana, que tem um alcance máximo de 75 quilômetros, e que "o pior estava por vir".

Segundo a imprensa israelense, é a primeira desde 1991, quando o Iraque de Saddam Hussein lançou mísseis Scud, que um foguete cai nas imediações de Tel Aviv.

Segundo dia de confrontos:

Três civis israelenses e sete palestinos morreram nesta quinta no segundo dia de uma grande ofensiva aérea israelense contra Gaza, com o risco de o confronto se transformar em uma guerra aberta. O exército israelense anunciou a convocação de 30 mil reservistas.

Três pessoas morreram em Israel, vítimas de um foguete. Foi o primeiro relato de mortes de israelenses desde a véspera, quando bombardeios israelenses provocaram a morte de Ahmed Jaabali, líder militar do movimento palestino Hamas, e de mais oito palestinos.

As mortes ocorreram na cidade de Kiryat Malachi, ao norte de Gaza, segundo a polícia. Outras duas pessoas ficaram feridas, de acordo com o porta-voz Micky Rosenfeld.

Segundo a imprensa israelense, as vítimas são um casal de cerca de 30 anos e uma mulher de 20, que vivia em um apartamento vizinho.

As aulas foram suspensas em todas as localidades do sul de Israel localizadas a até 40 quilômetros da Faixa de Gaza.

Vítimas palestinas:

Cinco das sete vítimas palestinas eram militantes das Brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hama, segundo um comunicado desta organização.

As outras duas são um homem de 60 anos de Beit Lahiya (norte de Gaza) e um menino de Khan Yunis (sul).

Desde o início da operação militar chamada de "Pilar de Defesa", que começou na quarta-feira com o assassinato do chefe militar do Hamas Ahmed al-Jaabari, as forças israelenses mataram treze pessoas e feriram pelo menos 150, segundo fontes locais.

O funeral de Ahmed al-Jaabari ocorreu pela manhã, na presença de centenas de pessoas, entre as quais dezenas de combatentes do Hamas.

O exército israelense informou ter disparado na madrugada desta quinta-feira "uma centena de foguetes de médio e longo alcance", dizendo ter provocado grandes danos na capacidade do Hamas de disparar foguetes.

O exército relatou ainda que a aviação atacou grupos que se preparavam para disparar foguetes contra o sul de Israel e que os tanques também dispararam.

As brigadas palestinas reivindicaram o disparo de ao menos 100 foguetes contra Israel.

Mobilização:

A polícia israelense informou que centenas de seus funcionários foram mobilizados "em todos os setores sensíveis do território" para evitar eventuais atentados.

O ministro israelense de Educação, Guideón Saar, próximo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, indicou à rádio pública israelense que "não havia sido tomada nenhuma decisão quanto a lançar uma operação terrestre contra a Faixa de Gaza".

Segundo Saar, "não se exclui tal operação e o exército está pronto".

Na quarta-feira à noite na ONU, a embaixadora americana Susan Rice reafirmou o apoio dos Estados Unidos a Israel diante dos ataques brutais do Hamas.

O Egito, que havia contribuído para acalmar a situação na véspera, após três dias de confrontos, convocou os Estados Unidos a intervirem imediatamente para que Israel pare com seus ataques contra Gaza.

O presidente egípcio, Mohamed Morsi, chamou para consultas seu embaixador em Israel e convocou a Liga Árabe a organizar uma reunião de urgência dos ministros das Relações Exteriores árabes.

O embaixador israelense deixou o Cairo, mas a viagem foi qualificada como visita rotineira a seu país de origem e o governo de Israel afirmou que sua representação no Cairo permaneceria aberta.

O Hamas é uma vertente da Irmandade Muçulmana, que agora governa o Egito, o mais poderoso vizinho árabe de Israel e parceiro crucial desde o acordo de paz firmado entre os dois países em 1979, e que se mantém em meio a um quadro de frágil estabilidade e caos regional.

A Irmandade convocou um "dia de fúria" nas capitais árabes na sexta-feira.

No Líbano, o grupo Hezbollah, milícia xiita apoiada pelo Irã, qualificou os ataques israelenses a Gaza como "agressão criminosa" e pediu para que os Estados árabes "parem o genocídio".

O Hezbollah tem milhares de combatentes e cerca de 50 mil foguetes no sul do Líbano direcionados para o Estado judaico, segundo o Exército israelense. Mas a fronteira libanesa permaneceu calma.

Já o Irã classificou nesta quinta-feira de "terrorismo organizado" o ataque e denunciou o "silêncio das organizações internacionais".

Fonte:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/11/com-tensao-em-gaza-israel-autoriza-convocacao-de-30-mil-reservistas.html

Guerreiro do Apocalipse.

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