Israel deixou na sexta-feira 75 mil reservistas em alerta e iniciou a incorporação de outros 16 mil ao contingente do Exército, reforçando os temores de que uma ofensiva terrestre seja iminente.

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Ataque aéreo de Israel em Gaza mata 11 civis, diz Hamas

Pelo menos 11 civis palestinos, incluindo quatro crianças, foram mortos neste domingo (18), após um ataque aéreo israelense contra um prédio na Faixa de Gaza, disse o grupo islâmico Hamas, no pior ataque por parte do Estado judaico em cinco dias de confrontos.
Escombros do prédio atingido por um ataque israelense em Gaza (Foto: Marco Longari/AFP Photo)Cratera em prédio atingido por ataque que deixou 11 mortos em Gaza (Foto: Marco Longari/AFP Photo)
Palestinos no prédio onde morreram 11 pessoas em Gaza (Foto: Marco Longari/AFP Photo)Palestinos tentam localizar crianças atingidas por ataque (Foto: Marco Longari/AFP Photo)

Ao menos 26 palestinos, em sua maioria mulheres e crianças, foram mortos neste domingo, dia mais violento da ofensiva israelense lançada há cinco dias contra Gaza, enquanto os esforços por uma trégua se intensificavam.
Desde o início da ofensiva israelense 'Pilar de defesa' com o assassinato do chefe de operações militares do Hamas, Ahmad Jaabari, na quarta-feira em Gaza, 75 pessoas morreram, sendo 72 palestinos e três israelenses.
Estima-se que mais de 500 tenham ficado feridos desde quarta-feira. Acredita-se que a metade dos mortos sejam civis, o que despertou críticas à ação de Israel. O país responde alegando que os membros do Hamas se escondem entre a população civil.
Israel sinalizou que uma possível invasão terrestre na área controlada pelo Hamas poderia ser o próximo passo para uma maior ofensiva, buscando interromper ataques com foguetes por militantes palestinos no Estado judeu.
Neste domingo, Israel interceptou três foguetes disparados a partir da Faixa de Gaza contra a sua capital comercial, Tel Aviv. Uma pessoa foi ferida por escombros após a destruição de um dos projéteis.
Autoridades israelenses dizem que 76 foguetes israelenses atingiram Israel neste domingo, e outros 38 foram interceptados pelo sistema de defesa aéreo do país. Pelo menos 846 foguetes foram disparados desde quarta-feira em direção a Israel, sendo que 302 foram interceptados pelo sistema antimísseis 'Iron Dome', segundo o Exército israelense.
Obama diz que apoia totalmente o direito de defesa de Israel
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse neste domingo que, mesmo que Israel tenha o direito de se defender, seria "preferível" evitar uma invasão terrestre que provocaria uma escalada militar na Faixa de Gaza, um estreito densamente povoado.
A ofensiva terrestre poderia criar mais vítimas e provocar uma condenação internacional, disse Obama.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que ele já tinha assegurado aos líderes mundiais de que Israel estava fazendo todo o possível para evitar mais mortes de civis em ataques contra o Hamas.
Na terça-feira, uma delegação de ministros da Liga Árabe deve chegar a Gaza para avançar nos diálogos. Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, chegará ao Egito na segunda-feira (19) para negociações junto ao presidente Mohamed Morsi e outras autoridades.
mapa gaza 16/11 (Foto: 1)mapa gaza 16/11 (Foto: 1)
Ataques a sedes jornalísticas
Israelenses e palestinos entraram no quinto dia consecutivo de ofensiva na madrugada deste domingo (18) após a marinha de Israel bombardear o litoral de Gaza. Pelo menos sete palestinos morreram, entre eles três crianças.
Dois prédios ocupados por grupos de mídia no centro da Cidade de Gaza foram atingidos pelos bombardeios israelenses, deixando oito jornalistas palestinos feridos. Um fotógrafo sofreu graves ferimentos na perna, que precisou ser amputada.
Um dos prédios atingidos nos ataques abriga a estação de TV do Hamas, Al-Quds TV. O mesmo prédio também abriga outros meios internacionais, como as britânicas Sky News e ITN, e abrigava até o ano passado o escritório da BBC em Gaza.
A Associação de Correspondentes Estrangeiros do Oriente Médio pediu esclarecimentos ao Exército de Israel e questionou a razão de um prédio com jornalistas ter sido atacado.
O Exército israelense indicou que o bombardeio estava dirigido contra "dois locais da comunicação operacional do Hamas identificados com informação precisa dos serviços de inteligência".
"A fim de minimizar o dano a pessoas não envolvidas, o Exército só atacou os aparelhos de comunicação que estavam localizados no teto do edifício, e não a instalação de operações do Hamas, situada em um dos andares", detalhou em comunicado.
Possível avanço por terra
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que o país está preparado para aumentar significativamente sua ofensiva sobre Gaza.
“Estamos cobrando um preço alto do Hamas e das organizações terroristas, e as Forças de Defesa israelenses estão preparadas para uma siginificante expansão da operação”, disse Netanyahu no início do conselho de ministros. "Os soldados estão preparados para qualquer atividade que possa ser levada adiante."
Netanyahu, entretanto, não deu detalhes sobre a operação nem comentou sobre a possibilidade de uma ofensiva terrestre.
Israel deixou na sexta-feira 75 mil reservistas em alerta e iniciou a incorporação de outros 16 mil ao contingente do Exército, reforçando os temores de que uma ofensiva terrestre seja iminente.

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